O problema das pessoas dormirem no avião é, no caso dos homens, acordarem de pau feito.
Nunca me tinha apercebido deste senão - absorta que estou na imersão em bafo pestilento e chulé abundante - até há algum tempo atrás.
O senhor tinha pinta de índio e acordou com um tamanho pau que nem a pochete do computador disfarçava. O desgraçado nem se levantou para ir à casa de banho e matar aquele bicho tal era a vergonha. E não deve ter ajudado o facto de, sem querer, a bandeja e a minha mão lhe terem roçado.
O nojo e o horror.
Quando percebi que raio de coisa dura e quente era aquela onde a minha pura mãozinha tinha tocado ao de leve corei até à raiz do cabelo. Não contente, contei a todos os meus colegas que, em fila indiana, puderam comprovar a desgraça.