sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

De cortar o coração

Uma senhora, que podia ser a minha avó. De muletas, a sorrir agradecida pelo momento raro de atenção que lhe foi concedido. Dois minutos, se tanto, de conversa de circunstância.
Os olhinhos húmidos a explicar que talvez conseguisse descer a escada íngreme porque não queria deixar as outras pessoas à espera. Esta generosidade que desarma por ser a de todos os dias e não da que compramos na corrida das datas convencionais.
Eu a dizer-lhe que não, não era preciso, que esperávamos que a viessem buscar. Com muito gosto.
A outra a correr disparada, na pressa de ganhar dois minutos do tempo precioso dela, em voz alta: " a senhora não consegue descer as escadas?! É que assim está toda a gente à espera!"
Disse logo que sim e, com um esforço que teve tanto de doloroso como de desnecessário, desceu devagarinho e entrou no autocarro sozinha, porque os filhos também não esperaram e sairam primeiro.
Há dias em que morro um bocadinho.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Vergonhas

É mais que sabido que sou uma nódoa na cozinha.
Na praça às compras ou em qualquer mercearia sou uma anedota, sobretudo se disser respeito a legumes. Já tive a fase em que, por orgulho, não perguntava o que eram as coisas e trouxe para casa uma couve lombardo quando queria uma alface.
Depois experimentei a técnica de usar o meu melhor sorriso para pedir "um quilo de beterraba, por favor" por não saber bem o aspecto das gajas com casca, ao que a a dona da banca de legumes me fintou com a resposta: "tome lá o saco e escolha as que quiser".
Agora devo estar na fase em que tenho a mania que sei, tal a segurança com que apontei para umas verduras e disse: "dê-me um raminho de coentros, por favor" ao que me respondem: "isso é agrião, menina."

E ainda nem entrei ainda no admirável mundo dos legumes esquisitos como as courgetes e outros que tal.
Adivinha-se o pior.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Constato que lido muito mal com a TPM quando nem eu própria me aguento.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Coisas chatas em viver sozinha

1-Estar enrolada em mantas no puff a ver filmes e preocupada com a couve-flor que está a apodrecer no frigorífico.
2-Ter que comprar uma cena eléctrica para aquecer a cama que a minha mãe, sempre atenta, descobriu.

Se me lembrar de mais alguma, voltarei.

Ah, ok, há aquela que conto muito em forma de anedota que é fazer um dói-dói, dizer "ai!" e ninguém vir a correr dar beijinhos, mas admitir e escrever isso seria muito mimado da minha parte.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Ser Racional

Com o corpo todo a pulsar...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Perdoem-me a fanfarronice

Mas há dias em que sinto que tenho o melhor emprego do mundo.
Este é um deles.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Mais um potencial problema na comida

Um dos problemas de resistir à TV Cabo é dar de caras tantas vezes com os programas da manhã e da tarde onde meia dúzia de caras conhecidas (ou tentativas de ascendentes a) e outras nem tanto divagam sobre os mais variados assuntos e coisas nem nem à categoria de assunto podem almejar. Sim, há sempre o alternativo canal dois, mas hoje não estava com vontade de aprender o abecedário com aquela versão moderna da Rua Sésamo que tem outro nome que agora não me ocorre.
Num desses programas deparei-me com um senhor brasileiro que tem um livro onde aconselha vários alimentos para ajudar a tratar duzentas e cinquenta doenças. Isto significa o quê? Que qualquer dia alguém se lembra de pedir receita médica quando for comprar laranjas ou couve roxa, que parece que ajuda a aliviar a dor de cabeça. Ou seja, não deve faltar muito para que uma ida à mercearia e escolher frutas e legumes seja considerada auto-medicação. Ah sim, parece que o senhor aconselha sempre frutos e legumes, não me pareceu o género de ter lá no livro uma valente caracolada para curar... sei lá, conjuntivite? Mas tinha lógica: não há registos de caracóis com problemas de olhos ramelentos. Isso seria nojento. Já não serviriam para curar problemas de baba ou ranhoca, por exemplo.
"It would never be the same anyway."

sábado, 1 de dezembro de 2007

Genocídio, Ruanda



A História está cheia destas estórias incompreensíveis, ultrajantes.
Há alturas em que sinto mudanças no ar. Talvez seja só de casa.
Mas hoje sonhei que vivia algo não turbulento nem problemático. Assim limpinho. 
Depois li não sei onde: "o seu maior sonho vai realizar-se".
ieah

acerca da menina