sábado, 23 de outubro de 2010

32 Semanas

As negociações com a barriga são já muitas:

abraçar pessoas sem espetar o rabo é difícil. Se já antes sufocava os amigos com o meu busto desenvolvido, esborrachar a miúda nos ventres alheios não é uma opção.

calçar-me de pé, ou qualquer outra actividade que chame o joelho ao peito também deixou de ser possível e por me esquecer constantemente disto, na verdade acho que é mais gosto em contrariar o óbvio,  já quase caí em cambalhota de tanto me enrolar.

os bracinhos ficaram curtos e tenho graves dificuldades em estender roupa à janela. Tem que ser de lado segurando a roupa e pondo as molas só com uma mão - difícil. Resulta em muita roupa caída na rua ou, numa versão que me agrada mais, no estendal da minha vizinha, que me odeia (poderia lembrar-me de várias razões, mas como não lhe dei nenhuma, tenho que presumir que é só porque sou gira) e como tal, assim que dá pelas minhas cuecas de renda a esvoaçar na sua janela, trata de as atirar à rua na mesma.

E por fim, se no início me esquecia muito que estava grávida e pensava por segundos credo estou tão gorda que já nem consigo encolher a barriga, agora é vou só ali caber naquele espacinho e... pa baaam: barriga encalhada ou a bater em sítios.

domingo, 17 de outubro de 2010

31 semanas

- A minha pequena instrutora de postura dá-me chutos nas costelas se estou numa posição mais encolhida.
Já deu a volta. Do alto da minha extrema sensibilidade não dei por nada e a ecografia foi uma surpresa.

- As aulas de preparação para o parto:

Histérica e ansiosa como sou, comecei antes da maioria das pessoas: há um mês.
Descobri que há uma visão ainda mais cómica do que aquelas mães que se arrastam atrás das filhas grávidas para as consultas apenas para ouvirem o tempo todo o quanto estão desactualizadas. Se há coisa fora do contexto são os papás a simularem uma contracção e a acompanharem nas respirações. Não sei se todos os cursos são assim, nem me interessa, vou falar apenas deste e do meu ponto de vista, como sempre.
Ora, nunca um homem vai ter a mais remota ideia do que é estar grávido. Nem precisa, os homens têm outras funções.
Eu evito certas comidas porque já sei que a moça fica com soluços. Ter um ser dentro de nós a soluçar não é partilhável por mais mãozinhas na barriga que o papá possa meter. 
Eles estão ali deslocados e se não fosse cómico seria doloroso assistir. Sim, acho que devem estar informados pelo menos para não atrapalharem com - ainda mais -  perguntas descabidas, mas poupem-nos ao resto. A eles e a nós.
Para os integrar no trabalho de parto eles são convidados a contar os minutos das contrações ou a marcar o ritmo da respiração. Agora imaginem-se durante horas em casa, ou na maternidade com o vosso corpo a dilatar desde a medida de uma moeda de um euro até aos dez centímetros de diâmetro, a ganir de dores. E o outro a tratar da contabilidade.
Conseguem imaginar função menos importante no momento em que o nosso filho se prepara para vir ao mundo?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Cozinhar

A pessoa já não gosta. Não tem apetência, nem imaginação nem sequer sensibilidade.
E quando vai para ligar o fogão só há UM fósforo?! E dos fininhos que se vai já partir de forma a ter de queimar os pequenos porquinhos, que são os meus dedos, se o quiser acender?!

Não dá.

Coisas estúpidas que me acontecem VIII

Deixar cair o forno, em peso, em cima da minha cara.
É muito difícil: começa-se por guardar as grelhas lá dentro de forma a que toda a casa range só do esforço. Pode usar-se os pés. Uns tempos depois decide-se fazer uma limpeza no seu interior e, como tal, voltar a remover as ditas grelhas. Como sabemos que vai ser difícil sentamo-nos de frente para o forno e puxamos com quase tanta força como se fosse para fazer cocó - expressão muito utilizada para descrever a força necessária para fazer nascer um filho - e eis que a grelha arrasta consigo o forno em peso direto à minha testa e nariz.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Aos Amigos

Obrigada.
Se não fossem vocês o dinheiro que eu já tinha gasto em psiquiatras e estes, por sua vez, em coletes de forças.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ir

Aprender a comer bem uma rata
Agarrar o touro pelos cornos
Não andar com tacos de basebol no carro.


no Teatro Estúdio Mário Viegas em Lisboa
às quartas pelas 22h

Eu punha aqui uma foto, mas cada vez que tento agora copiar imagens do google fico com uma pasta cheia de 452 coisas estranhíssimjas, fotos de pessoas que não conheço incluídas. E não gostaria.

acerca da menina