quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Red Eye


O problema das pessoas dormirem no avião é, no caso dos homens, acordarem de pau feito.
Nunca me tinha apercebido deste senão - absorta que estou na imersão em bafo pestilento e chulé abundante - até há algum tempo atrás.
O senhor tinha pinta de índio e acordou com um tamanho pau que nem a pochete do computador disfarçava. O desgraçado nem se levantou para ir à casa de banho e matar aquele bicho tal era a vergonha. E não deve ter ajudado o facto de, sem querer, a bandeja e a minha mão lhe terem roçado.
O nojo e o horror.
Quando percebi que raio de coisa dura e quente era aquela onde a minha pura mãozinha tinha tocado ao de leve corei até à raiz do cabelo. Não contente, contei a todos os meus colegas que, em fila indiana, puderam comprovar a desgraça.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Loirona


Há uma loira que faz jogging à mesma hora que eu. Só que mede dois metros. Sim, dois metros de loira.
Ela é tão alta que faz alongamentos às pernas no local onde o resto de nós humanos nos apoiamos para subir escadas: nos corrimãos. As pernas dela ficam num ângulo 90º quando alonga no corrimão. Fraquinha no alongamento, ok? Grandona, mas pouco flexível.
Quando passo por ela, a loirona dá uma de distraída, mas depois mete-se a correr atrás de mim. Adivinho pela cara dos resto das pessoas que caminham pelo paredão, umas carinhas de riso, que vamos as duas loiras, suadas e com as mamas aos saltos, a correr ao mesmo tempo.
Ontem ganhei eu, mas hoje a gaja ultrapassou-me.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

DNR - do not resuscitate

Não é só medo.
É uma dor antiga, que vem do fundo e dói mesmo que se tente esquecer o porquê. Essa dor que já se conhece, uma velha companhia relembra que já lá estiveste. Que não será diferente. Mesmo que seja, voltas lá onde já doeu.
Por mais que possa esquecer - nunca poderei - o virar as costas na cama; o vazio de tantas manhãs; o não esperar nada; não conseguir respirar; os egoísmos. Não posso apagar essa dor antiga, tem vontade própria e traz memória agarrada.
Não volto atrás.
E é assim com a vida também, por isso, por favor, se o meu coração parar de bater, não quero ser reanimada.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cenas.

Tenho uma coisa muito relevante para partilhar. Aliás, duas, porque ambas têm a ver com amarfanhanços.

Amarfanhar o papelinho do gelado não é admissível em gelados de pauzinho. Por exemplo comer um magnum de amêndoas sem chegar a tirar o papel todo. Mesmo se forem crianças, porque todas as nódoas do mundo na roupinha acabada de vestir de lavado não são desculpa para privarmos o paladar da visão global do gelado. A minha avó comia assim o super maxi e já a convenci a tirar o papel todo. Ai porque se derrete, não, estás é a comer muito devagar. E pessoas que conseguem comer doces e gelados devagar são irritantes.

Amarfanhar ou arregaçar os calções de banho. Esta é para os homens. Epá se não gostam das marcas vistam sunga. Nós aguentamos a visão triste de 50 cm a mais de corpos não mulatos nem musculados e sem sotaque rebolado, em detrimento da versão fralda do calção de banho. Prometo.

acerca da menina