Foi a primeira coisa que senti assim que soube que estava grávida. Acariciei a barriga, seria uma menina, tive a certeza. Pus a música do carro mais alta, Alicia Keys, a minha filha e eu. Não foi planeada e por isso decidi que havia de ser a melhor preparada das mães. Construí uma carapaça para nós as duas e mais ninguém havia de lá entrar nem a ferro nem a fogo. Duríssima comigo e com todos.
Nasceu-me a meio da noite, achei que tinha sido o jantar a cair-me mal quando começaram as contracções.
Chorava desalmadamente. Gritava a plenos pulmões... Duríssima, nasceu ela também.
Faz hoje quatro anos a minha primeira filha. Aquela que me fez descobrir o verdadeiro e pleno amor. Capaz de tudo por ela.
Desafia-me muito a cada minuto. É sempre tudo novo porque ela é a primeira. É ela que tem de suportar também todas as minhas hesitações e erros.
Gosta de ser gatinha, não princesa, e de brincar aos dragões. Gosta de ver bonecos e quase não se nota o que sofre pela perda de colinho desde que nasceu a irmã. Gosta muito do colinho. A reboque do colinho, como se não bastasse, este ano tirei-lhe ainda a chucha e deixo-a na escola metade do dia. Para bem dela, mas ainda assim dói. Às duas.
Parabéns a nós querida Diana, amo-te mais e mais. Até ao sol e de volta.
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