Uma senhora, que podia ser a minha avó. De muletas, a sorrir agradecida pelo momento raro de atenção que lhe foi concedido. Dois minutos, se tanto, de conversa de circunstância.
Os olhinhos húmidos a explicar que talvez conseguisse descer a escada íngreme porque não queria deixar as outras pessoas à espera. Esta generosidade que desarma por ser a de todos os dias e não da que compramos na corrida das datas convencionais.
Eu a dizer-lhe que não, não era preciso, que esperávamos que a viessem buscar. Com muito gosto.
A outra a correr disparada, na pressa de ganhar dois minutos do tempo precioso dela, em voz alta: " a senhora não consegue descer as escadas?! É que assim está toda a gente à espera!"
Disse logo que sim e, com um esforço que teve tanto de doloroso como de desnecessário, desceu devagarinho e entrou no autocarro sozinha, porque os filhos também não esperaram e sairam primeiro.
Há dias em que morro um bocadinho.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Vergonhas
É mais que sabido que sou uma nódoa na cozinha.
Na praça às compras ou em qualquer mercearia sou uma anedota, sobretudo se disser respeito a legumes. Já tive a fase em que, por orgulho, não perguntava o que eram as coisas e trouxe para casa uma couve lombardo quando queria uma alface.
Depois experimentei a técnica de usar o meu melhor sorriso para pedir "um quilo de beterraba, por favor" por não saber bem o aspecto das gajas com casca, ao que a a dona da banca de legumes me fintou com a resposta: "tome lá o saco e escolha as que quiser".
Agora devo estar na fase em que tenho a mania que sei, tal a segurança com que apontei para umas verduras e disse: "dê-me um raminho de coentros, por favor" ao que me respondem: "isso é agrião, menina."
E ainda nem entrei ainda no admirável mundo dos legumes esquisitos como as courgetes e outros que tal.
Adivinha-se o pior.
Na praça às compras ou em qualquer mercearia sou uma anedota, sobretudo se disser respeito a legumes. Já tive a fase em que, por orgulho, não perguntava o que eram as coisas e trouxe para casa uma couve lombardo quando queria uma alface.
Depois experimentei a técnica de usar o meu melhor sorriso para pedir "um quilo de beterraba, por favor" por não saber bem o aspecto das gajas com casca, ao que a a dona da banca de legumes me fintou com a resposta: "tome lá o saco e escolha as que quiser".
Agora devo estar na fase em que tenho a mania que sei, tal a segurança com que apontei para umas verduras e disse: "dê-me um raminho de coentros, por favor" ao que me respondem: "isso é agrião, menina."
E ainda nem entrei ainda no admirável mundo dos legumes esquisitos como as courgetes e outros que tal.
Adivinha-se o pior.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Coisas chatas em viver sozinha
1-Estar enrolada em mantas no puff a ver filmes e preocupada com a couve-flor que está a apodrecer no frigorífico.
2-Ter que comprar uma cena eléctrica para aquecer a cama que a minha mãe, sempre atenta, descobriu.
Se me lembrar de mais alguma, voltarei.
Ah, ok, há aquela que conto muito em forma de anedota que é fazer um dói-dói, dizer "ai!" e ninguém vir a correr dar beijinhos, mas admitir e escrever isso seria muito mimado da minha parte.
2-Ter que comprar uma cena eléctrica para aquecer a cama que a minha mãe, sempre atenta, descobriu.
Se me lembrar de mais alguma, voltarei.
Ah, ok, há aquela que conto muito em forma de anedota que é fazer um dói-dói, dizer "ai!" e ninguém vir a correr dar beijinhos, mas admitir e escrever isso seria muito mimado da minha parte.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Perdoem-me a fanfarronice
Mas há dias em que sinto que tenho o melhor emprego do mundo.
Este é um deles.
Este é um deles.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Mais um potencial problema na comida
Um dos problemas de resistir à TV Cabo é dar de caras tantas vezes com os programas da manhã e da tarde onde meia dúzia de caras conhecidas (ou tentativas de ascendentes a) e outras nem tanto divagam sobre os mais variados assuntos e coisas nem nem à categoria de assunto podem almejar. Sim, há sempre o alternativo canal dois, mas hoje não estava com vontade de aprender o abecedário com aquela versão moderna da Rua Sésamo que tem outro nome que agora não me ocorre.
Num desses programas deparei-me com um senhor brasileiro que tem um livro onde aconselha vários alimentos para ajudar a tratar duzentas e cinquenta doenças. Isto significa o quê? Que qualquer dia alguém se lembra de pedir receita médica quando for comprar laranjas ou couve roxa, que parece que ajuda a aliviar a dor de cabeça. Ou seja, não deve faltar muito para que uma ida à mercearia e escolher frutas e legumes seja considerada auto-medicação. Ah sim, parece que o senhor aconselha sempre frutos e legumes, não me pareceu o género de ter lá no livro uma valente caracolada para curar... sei lá, conjuntivite? Mas tinha lógica: não há registos de caracóis com problemas de olhos ramelentos. Isso seria nojento. Já não serviriam para curar problemas de baba ou ranhoca, por exemplo.
Num desses programas deparei-me com um senhor brasileiro que tem um livro onde aconselha vários alimentos para ajudar a tratar duzentas e cinquenta doenças. Isto significa o quê? Que qualquer dia alguém se lembra de pedir receita médica quando for comprar laranjas ou couve roxa, que parece que ajuda a aliviar a dor de cabeça. Ou seja, não deve faltar muito para que uma ida à mercearia e escolher frutas e legumes seja considerada auto-medicação. Ah sim, parece que o senhor aconselha sempre frutos e legumes, não me pareceu o género de ter lá no livro uma valente caracolada para curar... sei lá, conjuntivite? Mas tinha lógica: não há registos de caracóis com problemas de olhos ramelentos. Isso seria nojento. Já não serviriam para curar problemas de baba ou ranhoca, por exemplo.
sábado, 1 de dezembro de 2007
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