quarta-feira, 16 de abril de 2008

a prazo

Existe todo um departamento na minha empresa encarregue de planear as nossas vidinhas. Na maravilhosa era das tecnologias esse departamento tem ao seu dispôr um programa informático que faz o trabalho por eles. Ou seja, não são realmente seres humanos que decidem se este mês eu vou ver mais ou menos os meus amigos e familiares com profissões convencionais de dias livres ao fim de semana ou se, pelo contrário, tenho os fins de semana para a ramboiada mas nada de consultas médicas nem idas ao banco no mês corrente. O factor humano serve em teoria para garantir um conceito vago e distante que creio chamar-se equidade mas estas pessoas só têm 31 dias ou apenas uns escassos 30, nos meses mais difíceis, para fazer o trabalho e parece que é muito extenuante atender a todas as cunhas, pedidos, exigências, chantagens, simples antipatias ou conveniências e mesmo assim conseguir que a coisa seja equilibrada para todos.
E todos os meses, ao dia 15, começamos nós frenéticos na internet a ver se já saíram as nossas vidas... ou planeamentos, ou escalas como lhe queiram chamar. Claro que nunca sai a dia 15. Isso seria muita antecedência para podermos confirmar presença no casamento de que somos madrinhas (ou padrinhos) ou comprar bilhetes para aquele concerto que adorávamos ir. 
É por isto que este é o departamento mais odiado.
E ainda porque no dia em que sai o famigerado planeamento odiamo-los ainda mais. O concerto já esgotou, a criança já tem outra madrinha ou deram-te a folga para o teu aniversário, mas no dia seguinte entras às 3h da manhã.
No fundo, ao dia 15 já estamos sem nada para nos queixarmos e precisamos das escalas. É a emoção que nos falta.

2 comentários:

José Silva disse...

Conheço o referido departamento ;) e a sensação é a mesma, isto se não resolúvel por trocas

Inês disse...

Acho que nem consigo imaginar-me nessa situação...gabo-te por aguentares.

acerca da menina