terça-feira, 7 de abril de 2009

A religião do luxo e a cultura do gritinho.

Portanto temos o Jumbo, a Páscoa, a crise e a gula.
Resultado: quarenta metros quadrados de ovos da páscoa numa gritaria de papel brilhante e cores garridas, como se o chocolate, só por si, não fosse atractivo suficiente. Mania da piroseira.
Será que a ideia é fazer-nos gastar aquele dinheiro que temos no bolso, mas até parece mal perante a lamúria interminável da crise? 
Ou fazer-nos acreditar que trazendo aquela pequena e histérica forma oval de chocolate é realmente importante para alguém?
Ok, eu lembro-me da festa que fazia na páscoa quando os meus avós competiam com as formas mais originais de esculturas em cacau - ganhou o meu avô com um burro de chocolate, que os meus pais apostaram que eu ia ter pena de comer, que durou 2 dias - mas uma secção inteira de um hipermercado?
Para quem já comeu um naco de chocolate numa feira ao ar livre cortado à mão por um alemão com pinta de talhante é a tentativa de eurodisney na feira popular da Costa de Caparica.

Sim, é de Caparica. Eu também acho pretensioso, mas é assim.



1 comentário:

Ricardo Santos disse...

Já para não falar de uma festividade mercantilista onde se vende a ideia de que um coelho põe ovos de chocolate. Darwin dá voltas na campa.

acerca da menina