Já tinha saudades deles, ainda que ao fim de sete ou oito horas fique farta.
Desta vez, os do norte do país anafados e coradinhos, muito sorridentes a pedirem vinho tinto para beberem à refeição. A misturarem a língua portuguesa com a do país que os acolheu e lhes sugou a juventude.
A segunda geração, já nascidos no país dos outros, sem saberem bem onde pertencem, a exibirem orgulhosos a dicção da língua estrangeira. Não são vistos como naturais lá, cá na casa já não se enquadram: não têm terra. Não conseguem reproduzir nem sentir aquele suspiro de conforto de quem chega a casa só de pôr os pés no avião português. Esses são os pais, que ainda têm uma casa onde regressar.
A terceira geração, os filhos e netos já não falam português. Entendem, mas não gostam de falar porque na escola chega a ser factor de exclusão e assim fazem por esquecer aquela pequena vergonha. Acho até que muitos não gostam de cá vir na férias e ficam aliviados assim que regressam a casa.
Por isso eu gosto é dos velhinhos, que me pedem "oh menina dê-me juice com ice, ou uma soda por favor. Tanks."
1 comentário:
Bom estudo antropológico.
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