segunda-feira, 28 de julho de 2008

De Gritos

Os homens portugueses queixam-se que nós somos "muito fechadas".
Após mais ou menos 15 anos de análise e experiência concluo que, a ser verdade, muito eles contribuem para tal. Tenho alguma autoridade na comparação com outros povos porque uma vez por outra dou uns passeios por esse mundo fora.
Vou só dar dois exemplos comparativos que ocorrem quando, nem que seja por uns singelos segundos, nos atrevemos a pôr o pézinho na rua.

Há dez anos:

em Itália com as amigas:
- ti amo!
- bellissima!
reacção: risinhos, alguns acenos e boa disposição geral.

chegadas a Lisboa, logo no aeroporto:
- mesmo boas!
- (o muito em voga na altura) Eh carapau!
reacção: vontade geral de vomitar e algumas tentativas de entrar no vôo seguinte para Itália.

Na semana passada:

passeando no Porto, sai uma cabeça de um carro que acaba de me fazer uma tangente:
- oh boua!
reacção: notinha mental para comprar uma metralhadora e rebentar-lhe os miolos.

passeando em São Paulo, um motoboy bastante afastado:
- gataaa!
reacção: sorriso aberto ao rapazola que seguiu sua vidinha fazendo adeus.

Concluo que os homens portugueses não têm jeito nenhum para abordar desconhecidas na rua e disfarçam a insegurança com agressividade. É que a simpatia custa muito mais a sair e assim não saem de orgulho ferido. Quando em grupos as criaturas competem na estupidez e chegam a ser ofensivos.
Vamos lá sair das cavernas, meus senhores.

domingo, 20 de julho de 2008

Híbridos

- A senhora, o que vai beber?
debaixo do cabelo comprido e das mamas 38 aparece a carantonha de barba e bigode:
- Água!


segunda-feira, 14 de julho de 2008

Suburbano tem perna curta

Deve ter sido o que pensaram os carolas que enfiaram os banquinhos no combóio que faz a ligação Lisboa-Margem Sul pela Ponte 25 de Abril. Tendo os conjuntos de quatro a lotação completa e os seus ocupantes, excluindo-se crianças, anões e eventualmente alguns asiáticos, têm de combinar entre olhares confusos (ou não) quem vai de pernas juntas e de pernas abertas assim encaixadinhos pois esta é a única forma de dois seres humanos caberem frente a frente.
Ora, meus amigos, até os cacilheiros têm um pitch mais confortável, qual foi a ideia? Que a malta do subúrbio vai encolhendo ao longo de gerações ou que gostamos de roçar os joelhos em desconhecidos?

sexta-feira, 11 de julho de 2008

o telefone da velha passa o dia a tocar

Ou está surda, ou está morta ou tem mais o que fazer do que atender o telefone que toca sem parar o dia todo.
Mas alguém liga a uma velha às onze da noite? Se for algum apaixonado e que me esteja a ler por favor volte à moda antiga e escreva umas cartinhas perfumadas ou adopte outra merda qualquer mais silenciosa.
Até já imaginei o telefone numa camilha, ultimo grito da piroseira da moda antiga que parece que também é retro, em cima do naperon amarelado. E a velha, caída, dentro de uns collants cinzentos, a entrar em decomposição.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

too loud

Adormecer a ver algum dos canais FOX é coisa que a pessoa não consegue. Durante os intervalos o som aumenta de tal maneira que um urso a hibernar ia poder jurar que tinha começado a primavera e todos os pássaros adquirido um sistema stereo surround para as cordas vocais.
Tudo bem que posso agradecer a isso o facto de o meu sofá ter muito menos baba do que quando não tinha tv cabo, uma vez que não consigo adormecer durante mais do que uns 30 minutos de cada vez. Mas não era proibido? 
Ah, sim, tal como utilizar crianças em anúncios comerciais e passar publicidade no cinema com as luzes apagadas. Já me esquecia.

terça-feira, 1 de julho de 2008

"O mundo inteiro está grávido"

A frase é de uma inspirada amiga.
Três delas estão grávidas e só nos últimos dois anos nasceram o Tiago, o Rodrigo, a Bia, o Isaac, a Maria, o Vicente para só falar nos que me são próximos.
Já ouve quem mudasse de casa, de profissão, de cidade, de país, de namorado, de visual, de personalidade (não, de sexo acho que ninguém mudou) mas nunca uma fase da vida mexeu tanto connosco. 
Não sei se é um sentimento egoísta de não estar habituada a partilhá-las com ninguém e agora vou ter de o fazer com toda uma multidão pessoas carecas e dependentes. 
O que tem de bom é que já sei tudo sobre mamas que crescem desmesuradamente; as posições sexuais mais adequadas quando se tem uma barriga de seis meses; mamas tipo bisnagas de leite tal é a força do esguicho e todo o tipo de situações bem mais gráficas que nem eu nem vocês vão querer que especifique. 
Esta turma não ia ter conversas normais, tipo sobre estrias. 

acerca da menina