Após mais ou menos 15 anos de análise e experiência concluo que, a ser verdade, muito eles contribuem para tal. Tenho alguma autoridade na comparação com outros povos porque uma vez por outra dou uns passeios por esse mundo fora.
Vou só dar dois exemplos comparativos que ocorrem quando, nem que seja por uns singelos segundos, nos atrevemos a pôr o pézinho na rua.
Há dez anos:
em Itália com as amigas:
- ti amo!
- bellissima!
reacção: risinhos, alguns acenos e boa disposição geral.
chegadas a Lisboa, logo no aeroporto:
- mesmo boas!
- (o muito em voga na altura) Eh carapau!
reacção: vontade geral de vomitar e algumas tentativas de entrar no vôo seguinte para Itália.
Na semana passada:
passeando no Porto, sai uma cabeça de um carro que acaba de me fazer uma tangente:
- oh boua!
reacção: notinha mental para comprar uma metralhadora e rebentar-lhe os miolos.
passeando em São Paulo, um motoboy bastante afastado:
- gataaa!
reacção: sorriso aberto ao rapazola que seguiu sua vidinha fazendo adeus.
Concluo que os homens portugueses não têm jeito nenhum para abordar desconhecidas na rua e disfarçam a insegurança com agressividade. É que a simpatia custa muito mais a sair e assim não saem de orgulho ferido. Quando em grupos as criaturas competem na estupidez e chegam a ser ofensivos.
Vamos lá sair das cavernas, meus senhores.