Sono, vontade daquele banho.
Que frio é este?!
Onde é que estacionei o carro?... Espero que pegue.
Abro o porta-bagagens, pingos de chuva, cheiro a humidade. O meu carro continua a meter água.
Tenho frio, mas não posso ligar o ar quente senão adormeço. O banho quente vai resolver tudo. Conciliador.
Casa, desfazer a mala, roupa para lavar. Será que vai chover hoje? A roupa do corpo logo de molho, faça chuva ou sol.
Cheiro esquisito, merda, de que é que me esqueci a apodrecer? Caldo verde azedo no frigorífico. Não vou ter sopa para quando acordar. Quero lá saber, já só penso no banho e dormir.
As malas e a roupa espalhadas no corredor, quando acordar logo arrumo o resto.
Água a correr na banheira. Fria. Fria. Continua fria.
O esquentador avariado.
Paciência, vou já dormir. O telefone a tocar porque o dia das outras pessoas está a começar, não sabem que o meu acabou mesmo agora. Não têm que saber.
Desligo. O resto do mundo pode arder. Logo vejo quando acordar.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Existe a possibilidade de o IKEA estar a tentar matar-me
Ontem fui lá comprar uma mesinha para o computador portátil. Saí com um tampo em vidro a pesar 50kg.
A pessoa vai, entusiasma-se, escolhe à bruta e só vários corredores depois - e já no Mundo Infinito das Caixas de Cartão - se apercebe que se está sozinha a braços com mais de dois terços do seu próprio peso para, primeiro, puxar da prateleira e acertar no carrinho. Segundo, enfiar o monstro dentro do outro carrinho um pouco maior, mas não o suficiente, que a levará a casa.
Foi um carnaval: tirar várias camadas de roupa uma vez que o suor me atrapalhava enquanto puxava a caixa para cima do carrinho tendo que o segurar, ao mesmo tempo, com os pés. De novo, mas a operação inversa, para dentro do carro. Não coube e lá foi o carrossel até casa de porta bagagens aberto e várias passagens por carros-patrulha da PSP. O festival termina com o transporte do carro até casa, arrastando com paciência o enorme rectângulo passo a passo e com a caixa a rasgar-se toda deixando o vidro fugir num oportuno degrau que me levava ao elevador.
Quase decapitando os meu pés, consigo travar a fuga evitando o estrilhaçar total da mesa.
A atracção do abismo é muito forte e hoje volto lá. Desta vez são 30kg de Billy para acartar.
Já no Mundo Infinito das Caixas de Cartão (MICC) começo a preparar-me para a operação "caixa com dois metros e dez de comprimento para cima do carrinho de mão" e... zás! O MICC rouba-me o telemóvel. Sugou-o da minha mala e tentou engoli-lo para impedir-me de pedir ajuda enquanto tentava asfixiar-me com caixas e ácaros.
Valeram-me os 14 anos de Ginástica Rítmica para me torcer e esticar tanto que consegui alcançar o telemóvel. As profundezas do MICC não estavam assim tão sujas que, mesmo após esta frenética esfrega no chão do corredor 1 secção 68, pude dirigir-me à caixa de pagamento com o mínimo de dignidade.
A saga termina com várias nódoas negras e arranhões no meu corpo, mas retaliei muito bem, como poderão atestar os meus amigos quando vierem cá em casa e virem várias prateleiras montadas ao contrário. Que é para não serem espertas.
A pessoa vai, entusiasma-se, escolhe à bruta e só vários corredores depois - e já no Mundo Infinito das Caixas de Cartão - se apercebe que se está sozinha a braços com mais de dois terços do seu próprio peso para, primeiro, puxar da prateleira e acertar no carrinho. Segundo, enfiar o monstro dentro do outro carrinho um pouco maior, mas não o suficiente, que a levará a casa.
Foi um carnaval: tirar várias camadas de roupa uma vez que o suor me atrapalhava enquanto puxava a caixa para cima do carrinho tendo que o segurar, ao mesmo tempo, com os pés. De novo, mas a operação inversa, para dentro do carro. Não coube e lá foi o carrossel até casa de porta bagagens aberto e várias passagens por carros-patrulha da PSP. O festival termina com o transporte do carro até casa, arrastando com paciência o enorme rectângulo passo a passo e com a caixa a rasgar-se toda deixando o vidro fugir num oportuno degrau que me levava ao elevador.
Quase decapitando os meu pés, consigo travar a fuga evitando o estrilhaçar total da mesa.
A atracção do abismo é muito forte e hoje volto lá. Desta vez são 30kg de Billy para acartar.
Já no Mundo Infinito das Caixas de Cartão (MICC) começo a preparar-me para a operação "caixa com dois metros e dez de comprimento para cima do carrinho de mão" e... zás! O MICC rouba-me o telemóvel. Sugou-o da minha mala e tentou engoli-lo para impedir-me de pedir ajuda enquanto tentava asfixiar-me com caixas e ácaros.
Valeram-me os 14 anos de Ginástica Rítmica para me torcer e esticar tanto que consegui alcançar o telemóvel. As profundezas do MICC não estavam assim tão sujas que, mesmo após esta frenética esfrega no chão do corredor 1 secção 68, pude dirigir-me à caixa de pagamento com o mínimo de dignidade.
A saga termina com várias nódoas negras e arranhões no meu corpo, mas retaliei muito bem, como poderão atestar os meus amigos quando vierem cá em casa e virem várias prateleiras montadas ao contrário. Que é para não serem espertas.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Sopeira
Uma gaja sopeira é aquela que, mesmo de vestido de noite, parece sempre que está de avental.
É muito dona de casa, sabe tudo sobre como tirar nódoas, mas não de uma maneira cool como a minha avó que às vezes parece fazer magia, mas do tipo comezinho de quem acha que veio ao mundo para deixar tudo muito limpinho e a cheirar a sonasol.
Nunca se maquilha muito.
Mesmo com as mãos arranjadas tem sempre aquele ar inchado das frieiras.
Não usa saltos muito altos por causa da coluna.
Mesmo que esteja de pé, parece sempre estar encolhida de frio. Com as mãozinhas juntas no regaço.
Fala sempre baixo e não gosta de discutir para não arranjar problemas.
Come sempre muitas sopinhas.
E não imagino estas gajas a foder. Consigo admitir o cenário delas na cama a fazerem filhos com o marido, mas não a foder.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Coisas estúpidas que me acontecem VI
Sabemos que a nossa vida está assim um pouco a atirar pro confuso quando perdemos qualquer coisa como
Um alho francês.
Comprei-o ontem na praça, tenho a certeza e não está junto de todos os outros legumes detro do frigorífico. Já procurei por todo o lado e não encontro.
Hum...
Talvez na minha mesa de cabeceira.
Um alho francês.
Comprei-o ontem na praça, tenho a certeza e não está junto de todos os outros legumes detro do frigorífico. Já procurei por todo o lado e não encontro.
Hum...
Talvez na minha mesa de cabeceira.
Um poeta do caralho
Este é o Barbas, -->
o poeta era muito parecido, mas vestia pijama
o poeta era muito parecido, mas vestia pijama
Ontem na rua estava um senhor em pijama e muito barbudo - de repente até me parecia aquele benfiquista nojento, o Barbas - a declamar.
Primeiro, e sem o ver, pensei que era uma briga porque se distinguiam algumas palavras que soavam a palavrões. Depois, mais perto e perante a entoação e voz bem colocada parecia algo tipo campanha eleitoral. Temi cruzar-me de novo o com o Pedrófilo Pedroso. Exacto, na semana passada o meu caminho cruzou-se com o dessa lula branca asquerosa.
Foi quando cheguei mais perto e percebi que o dono da voz era aquela figura e estava a declamar algo sem nexo, mas muito bem dito:
- ... As honoráveis excelências que me chupem o caralho, para os filhos da puta não transcenderam as vias das possibilidades...
- ... um considerável momento de infinita puta de merda transforma-se numa esporra que nem ao colhão mais inócuo será indiferente...
- ... sejam fiéis e ao caralho que vos foda.
Entretanto parei de tirar notas porque tinha as uvas e os diospiros no carro ao sol. Mas o senhor esteve horas nisto em frente ao mini preço e sempre sem repetir muito nem o vocabulário nem o vernáculo.
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