terça-feira, 20 de outubro de 2009

Existe a possibilidade de o IKEA estar a tentar matar-me

Ontem fui lá comprar uma mesinha para o computador portátil. Saí com um tampo em vidro a pesar 50kg.
A pessoa vai, entusiasma-se, escolhe à bruta e só vários corredores depois - e já no Mundo Infinito das Caixas de Cartão - se apercebe que se está sozinha a braços com mais de dois terços do seu próprio peso para, primeiro, puxar da prateleira e acertar no carrinho. Segundo, enfiar o monstro dentro do outro carrinho um pouco maior, mas não o suficiente, que a levará a casa.
Foi um carnaval: tirar várias camadas de roupa uma vez que o suor me atrapalhava enquanto puxava a caixa para cima do carrinho tendo que o segurar, ao mesmo tempo, com os pés. De novo, mas a operação inversa, para dentro do carro. Não coube e lá foi o carrossel até casa de porta bagagens aberto e várias passagens por carros-patrulha da PSP. O festival termina com o transporte do carro até casa, arrastando com paciência o enorme rectângulo passo a passo e com a caixa a rasgar-se toda deixando o vidro fugir num oportuno degrau que me levava ao elevador.
Quase decapitando os meu pés, consigo travar a fuga evitando o estrilhaçar total da mesa.

A atracção do abismo é muito forte e hoje volto lá. Desta vez são 30kg de Billy para acartar.
Já no Mundo Infinito das Caixas de Cartão (MICC) começo a preparar-me para a operação "caixa com dois metros e dez de comprimento para cima do carrinho de mão" e... zás! O MICC rouba-me o telemóvel. Sugou-o da minha mala e tentou engoli-lo para impedir-me de pedir ajuda enquanto tentava asfixiar-me com caixas e ácaros.
Valeram-me os 14 anos de Ginástica Rítmica para me torcer e esticar tanto que consegui alcançar o telemóvel. As profundezas do MICC não estavam assim tão sujas que, mesmo após esta frenética esfrega no chão do corredor 1 secção 68, pude dirigir-me à caixa de pagamento com o mínimo de dignidade.
A saga termina com várias nódoas negras e arranhões no meu corpo, mas retaliei muito bem, como poderão atestar os meus amigos quando vierem cá em casa e virem várias prateleiras montadas ao contrário. Que é para não serem espertas.

7 comentários:

fd disse...

Pareces as mulheres que levam dos maridos. Perdoam-lhes e estão sempre a lá voltar... porque gostam (dele).

P disse...

Nunca se vai sozinha ao IKEA, pede-se sempre ajuda. A um homem, de preferência. Caso não esteja disponível, estão cá as amigas. É bom sentirmo-nos super-mulheres e auto-suficientes, mas não vale a pena a trabalheira. É muito mais divertido ir a dois, e rir a dois quando se vê o peso das caixas, o tamanho e a vontade que dá de nos deitarmos em cima delas e esperar que apareçam carregadas no carro como que por magia.
Beijos,
P

Isa David disse...

Eu gosto de ter coisas para contar aqui depois. E um tapinha não dói.

Inês disse...

O que me ri só de te imaginar.

m disse...

))! junta três andares para subir, em casa...

Lara disse...

E o nome Moviflor não te diz nada?!
Podes fazer compras on-line, levam-te as coisas a casa e montam-nas. Genial!:)

Isa David disse...

Lara: quando tenho uma ideia, não descanso enquanto não a realizo e visualizo. Por isso, o IKEA. E, mais importante, sabes evito ao máximo o contacto humano e como isso é incompatível com "viram cá a casa montar".

acerca da menina