Depois conto-vos tudo: o vidraceiro esquizofrénico e seu filho ex-presidiário; as tomadas e interruptores em vias de extinção; as limpezas obcessivo-compulsivas da minha mãe sempre na véspera de mais lixo a ser feito; a saga da cozinha... e espero que não muito mais.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Adoro fazer algumas coisas de homem
Trocar de pneus, não.
Hoje fui a um armazém buscar os materiais que me faltavam porque estou demasiado irrequieta* para esperar que mos tragam. Fiz logo amizade com o senhor responsável que até fez questão de me levar numa visita guiada pelo - ainda em montagem - showroom onde têm vários ambientes em exposição. Foi uma animação: toda a gente dentro daquele armazém estava disponível para me ir buscar as coisas e arrumar no meu muito feminino e por isso atafulhado de inutilidades porta bagagens. Se bem que achei um bocadinho de exagero cinco pessoas para quatro caixas de azulejos.
Bem falta me fizeram já deste lado, de volta à realidade, quando tive que alancar com todas do carro pra fora, elevador acima e casa adentro.
*eufemismo para absolutamente histérica e incapaz de estar parada por mais de dez minutos.
domingo, 20 de janeiro de 2008
Family Overdose
Onde foste hoje à tarde?
Vais e voltas, ou ficas lá?
Jantas? Almoças?
Tens tudo preparado pra amanhã?
A que horas vais?
E amanhã, chegas a que horas?
Os azulejos já chegaram?
E quando vem o frigorífico?
E a pedra?
Vens tarde?
Três dias disto e já só rosno.
E quando cada um pergunta o mesmo só que em alturas separadas?
Sim, claro que além de tudo tenho um problema com perguntas.
Ah, contextualizando: as obras ainda não acabaram e estou de estadia em casa dos meus pais.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Primeiro post a partir da casa nova
tive o prazer de conseguir que algo corresse bem e tal como planeei: já tenho net.
tudo o resto: uma selva.
domingo, 13 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Mas qual é a graça?!
Ok. Eu admito que deve ser hilariante ver-me saltar com o susto porque vou de música aos berros para não ouvir as bocas e as buzinas normais de carros ligeiros. Mas assim tenho dificuldade em usar os meus momentos de corrida para descontracção já que tenho vontade de entrar em sprint atrás do camião TIR e do camionista que buzinou: UUUÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!!! para lhe espetar os dedos nos olhos até lhos arrancar e obrigá-lo a comê-los em seguida, enquanto lhe também lhe arranco as unhas com um alicate (ou outra puta de ferramenta qualquer que seja indicada para o efeito) e emito gargalhadas que, de tão estridentes, lhe furam os tímpanos.
Vamos lá meus senhores, contribuam para a minha serenidade se não querem despertar a pessoa agressiva que há em mim.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Imaginem a cena:
Eu
sozinha no Ikea
com pressa
sozinha no Ikea
com pressa
Fui lá só com intenção de comprar o móvel do forno que me faltou na cozinha por motivos de baralhação própria da minha inexperiente pessoa que agora não vem ao caso. Comecei a pensar e decidi encomendar logo também a mobília de quarto em vez de entrar na odisseia de pedir a uma amiga, que pedisse a um amigo uma carrinha e pedir ao meu pai para conduzir. Não.
E lá vou eu toda decidida à secção respectiva fazer a encomenda muito rápida até porque já tinha escolhido tudo pela net "e assim até aproveito o desconto de quarta-feira" penso eu toda contente.
1ª surpresa: afinal não tinha tudo tão bem pensado: faltava escolher o estrado da cama.
2ª supresa: tinha que ir buscar toda a tralha que estava a escolher ao self service.
3ª surpresa: depois de, trinfante, conseguir carregar sozinha dez caixas enormes e pesadonas descubro ao chegar à caixa que, as primeiras caixonas de todas, logo as que estavam em baixo, estavam erradas. Engoli o orgulho e pedi ajuda a um colaborador mega simpático. Descarrega tudo, repõe as correctas e volta a carregar.
4ª supresa: não era quarta-feira. Era terça e não houve desconto pra ninguém.
5ª surpresa: comprei QUATRO estrados para a cama em vez de dois. Após uma hora à espera de marcar entrega, mais trinta minutos para fazer a devolução dos estrados.
Valeu pelo que suei porque continuando a engolir orgulho desta maneira qualquer dia já rebolo.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Estou na dúvida
Em classificar de desleixo, distracção, esquecimento, falta de hábito, esquizofrenia ou simples estupidez o facto de me ter esquecido do meu casaco favorito estendido no terraço e sujeito sei lá que tipo de intempéries porque não me lembro sequer de quando é que o lavei. O certo é que ele ficou desfigurado e tão teso, mas tão teso que estou a pensar usá-lo como estátua na minha casa nova.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
coisas estupidas que me acontecem III
Ficar fechada fora de casa de cesto da roupa na mão e apenas de leggings, botas e mini-shirt. Ter que ir ao café nesta figura e vencer o orgulho telefonando aos pais a pedir ajuda quando AINDA ONTEM critiquei a minha mãe porque se esquece sempre da chave de casa.
Despertinas
Alguém me quer explicar o que é isto de acordar às 4h da matina com um desejo incontrolável de ver móveis na internet?
Tudo bem que participei no nascimento da minha cozinha, apesar dos vários: "ai, isto faz-me doer os dedos" quando apontava (expressão muito profissional que aprendi e se refere a, antes de usar a chave, encaixar à mão) os parafusos. Mas isto já começa a ser ridículo.
sábado, 5 de janeiro de 2008
2008
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Lembram-se daquele post com uma conversa ao telefone?
Cá vai mais uma pérola que, só por si, justifica o facto de eu ainda lhe atender o telefone:
- "Ainda te lembras de mim?"
- "Lembro, claro. Está tudo bem?" - Porque é Natal e ano Novo e não queria ser má logo nestes dias.
- "Sabes... tipo... eu nunca me esqueci de ti."
- "Bem, estou impressionada, já passaram quê... três meses desde que falámos ao telefone?!" - Costumo usar a ironia como o primeiro sinal de aviso.
- "ya... e tipo, eu... tipo, conheço muita gente e lembro-me sempre de ti. Daquela nossa dança."
- "olha, eu estou tipo a despachar-me pra ir trabalhar, tenho que desligar, fica bem, bom ano."
-"se me deixasses falar mais um bocadinho sei que ias gostar bué de mim. Eu sou bué fixe."
- "experimenta doses mais pequenas de pretensão."
-"quê?"
-"nada, fui."
*tuuuuuu....*
E perguntam vocês: mas como assim dás o teu número a um negão com quem dançaste uma única vez?
Porque sou parva.
Até piava fininho
Fosse eu rica e tinha-me enfiado à bruta pela traseira adentro do filho da puta que se me atravessou à frente hoje na estrada.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Balanços e outros desequilíbrios
Já se sabe que este é tempo de alguma ponderação, planos e alguns desejos que pedimos ao ano novo na esperança de nos dar menos trabalho do que se tivéssemos que lutar de verdade.
Tive um óptimo ano, cheio de sensações novas. A minha reserva de magia e sonhos felizes está bem recheada e vou poder lá ir buscar forças muitas vezes. Quero e vou corrigir alguns erros, o que estiver ao meu alcance, não para que fique "limpa", mas para dar lugar a novos ciclos.
Não gosto da obrigação que temos de nos divertir na passagem de ano, lido mal com essa pressão e todos os meus planos para essa altura costumam sair frustrados. E, como detesto falhar, prefiro não fazer planos nenhuns. Além disso, adoro ser do contra, então nesta passagem de ano comi uvas (que é a tradição em Espanha, por acaso) mas não sei se comi as doze, comi as que me apeteceu. Não vesti a cuequinha azul, dei-me ao trabalho de ir comprar umas, mas com estrelinhas douradas. E, para ser ainda mais do contra, diverti-me. E muito.
Até posso dizer, sem nenhuma pretensão, que suscitei uma paixoneta. Mesmo tendo-o escorraçado e enchotado mil vezes de perto de mim, o gajo não me largava: um chiuaua chamado "xiró" (branco em japonês ou chinês que, por estranho que vos pareça, não se soletrar) que levei o tempo todo a baptizar: "micha"; "muchi muchi"; etc. "Histérico" também foi usado, mas não fui eu que baptizei.
Acho que a melhor frase da noite foi: "tenho uma amiga que meteu uma banda drástica no estômago para emagrecer". Não vou dizer a autora, seria desnecessário.
Tive um óptimo ano, cheio de sensações novas. A minha reserva de magia e sonhos felizes está bem recheada e vou poder lá ir buscar forças muitas vezes. Quero e vou corrigir alguns erros, o que estiver ao meu alcance, não para que fique "limpa", mas para dar lugar a novos ciclos.
Não gosto da obrigação que temos de nos divertir na passagem de ano, lido mal com essa pressão e todos os meus planos para essa altura costumam sair frustrados. E, como detesto falhar, prefiro não fazer planos nenhuns. Além disso, adoro ser do contra, então nesta passagem de ano comi uvas (que é a tradição em Espanha, por acaso) mas não sei se comi as doze, comi as que me apeteceu. Não vesti a cuequinha azul, dei-me ao trabalho de ir comprar umas, mas com estrelinhas douradas. E, para ser ainda mais do contra, diverti-me. E muito.
Até posso dizer, sem nenhuma pretensão, que suscitei uma paixoneta. Mesmo tendo-o escorraçado e enchotado mil vezes de perto de mim, o gajo não me largava: um chiuaua chamado "xiró" (branco em japonês ou chinês que, por estranho que vos pareça, não se soletrar) que levei o tempo todo a baptizar: "micha"; "muchi muchi"; etc. "Histérico" também foi usado, mas não fui eu que baptizei.
Acho que a melhor frase da noite foi: "tenho uma amiga que meteu uma banda drástica no estômago para emagrecer". Não vou dizer a autora, seria desnecessário.
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