sábado, 27 de dezembro de 2008

Adoro quando meto medo

Andava hoje de manhã na correria das compras. Tinha 40 minutos para ir ao supermercado,à praça e decidi que também tinha que ser hoje que estreava a lareira. Portanto, comprar lenha.
Estou a sair do Mini-Preço e oiço um carocho atrás de mim:
"tão querida, sim senhor"
Estava mesmo ao pé do meu carro, atiro as compras lá para dentro e desato a correr em direcção à praça.
O carocho, que já ía à frente, olha para mim, arregala os olhos e e desata também a correr.
Afinal? Não sou querida o suficiente que queiras arriscar ficar parado se começar a correr na tua direcção.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal: 30º à sombra

Este ano tive que passar a consoada fora da minha família. Foi o Natal com família de outros. Que não me dizem nada. Lamento, mas foi uma noite normal para mim. Por muito "ah que bom pelo menos vais para o calor", ou "fazes a troca de prendas depois", há momentos que, uma vez perdidos, são irrecuperáveis. 
Agora não me peçam para mudar o Natal de lugar. Nem me falem em trocas de prendas com estranhos, já que nem com amigos eu acho graça. 
O meu Natal é a minha família, por hipócrita que seja o esforço por nos darmos bem nesta altura, não me interessa. Se tudo o que tivermos for uma época por ano, seja. 
Não ligo a presentes, não ligo a festas se não tiver tido os teatrinhos das primas, as risotas, a cumplicidade de irmãs.
Neste dia 25 vim de observadora. Ver como é no outro lado do mundo com neve a fingir a enfeitar palmeiras de Natal ou pinheiros artificiais. 
Porque o meu Natal, esse, ficou em Lisboa.


domingo, 21 de dezembro de 2008

Olhem

Empandeirei o mac, foi o que aconteceu.
Mas consegui consertá-lo. O que prova não só que sou mesmo muito teimosa e forreta, mas também uma desenrasca porque quando quando fui averiguar à fnac e à apple o tempo que demoram os arranjos e os preços saí de lá correr e com os cabelos no ar. Vamos ver quanto tempo dura.

E neste contexto tive que reinstalar o Kanguru: o drama, o horror. Oiço de tudo lá nos call center (eu que me armo sempre de pachorra extra porque já trabalhei num) a partir do momento em que refiro que estou a utilizar um mac: 

"oh diabo..."
"pode aguardar só um momento?" vezes mil.
*suspiros* muitos

E há por fim os que, em desespero de causa, me desligam o telefone. 
Ligo de novo, já decorei as sequência de teclas a carregar para ir para a assistência técnica: 11612.
Atende a senhora, pede-me para aguardar quando: 
- menciono o mac
- digo que utilizo o tiger (os nossos sistemas operativos têm nomes felinos, ok?)
- digo qual o erro que me aparece.

Digo à senhora na máxima da minha calma que se quiser eu ligo de novo e tento falar com alguém que esteja mais à vontade, mas a pensar: esta gaja não percebe nada desta merda.

5 minutos depois tinha a net a bombar. Estava há 3 dias sem conseguir que alguém me ajudasse.
Ok, agora pede-me uma password que nunca tinha pedido. 
Whatever.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Uma bonita e pertinente analogia

Comer ananás faz-me aftas. Mas nem por isso deixo de o comer. 
Gosto muito, sabe-me bem e não penso que depois vou estar uns tempos sem ter prazer em comer mais nada.
Não chego a enjoar porque as aftas impedem-me de comer muito. Assim, quando tenho a boca curada, volto a comer ananás.
De todas as perguntas estúpidas que já me fizeram a bordo de um avião, resolvi destacar esta:

passageiro de ar preocupado:
- desculpe, mas posso tomar este comprimido? quer dizer, por causa da diferença de pressão não há problema?

eu, morta de riso, ponho o ar mais sério possível:
- a cápsula está em vácuo? Não? Então pode.




quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Milita* inovadora

Achei moderninho o PCP, partido no poder em Almada há 34 anos, ter vendido o Cristo-Rei à Samsung.
Moderninho e subtil.


*Maria Emília de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Almada.

samsung.jpg

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Insólito

Descobri que o português de Portugal é muito melhor para agredir e insultar do o do Brasil, assim:

No corredor do hotel estava uma mulher com ar agressivo à espera do elevador. Exasperada pela espera de um exagero de 10 segundos corre para o fim do corredor para carregar frenética nos botões de chamada do elevador. Chega o elevador. Abre-se a porta na extremidade oposta onde ela estava e, claro, era mesmo a que estava à minha frente. Entro. 
Carrego no botão para o piso "térreo". Ela vem esbaforida e faz um gesto de cortar a minha mão se ela ainda estivesse no painel de botões.
Olho incrédula para ela e reparo que é mais alta do que eu, tem um cigarro na mão está a olhar para mim, mas sem mover a cabeça. Praticamente a descolar a retina só para o conseguir.
Dá-se o seguinte diálogo:

a gaja: - nunca ninguém txi' insinou que os mais velhos apertam primeiro o botão?!
eu: - ah é? quem disse?

a gaja: - cala-txe!
eu: - cala-te tu, cabra.

Saiu do elevador, esbaforida. 

Para ter o mesmo efeito ela teria que gastar muito mais palavras dizendo algo como:
- cale você a boca, sua mocréia.

1-0 ganha Portugal.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A força nas palmas

Adoro aqueles condutores que abrem a mãozinha no volante nas curvas ou numa sequência de manobras como no estacionamento. Como que a dizer: "eu domino este veículo na perfeição, ok?" um Ok arrastado e pedantezinho. 
Estou a lembrar-me de vários amigos que o fazem, mas este post não tem nada a ver chuac, chuac, beijinho, gosto muito de vocês.
Mas então, ainda hoje apanhei uma dessas criaturas, a 10 à hora numa rotunda, olhando pelo espelho retrovisor o que lhe deu um excelente ângulo da minha cara de grito quando se atravessou nas duas únicas faixas. Uma prática também muito popular entre os senhores condutores.
De mãozinha aberta a rodar o volante e à velocidade de dono do tempo e do mundo aos esses na puta da rotunda.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Rinite alérgica

Ou litros infinitos de ranho a sair do meu nariz,  
ou exercício abdominal forçado durante horas a fio pela tosse de cão.

E vim eu do outro lado do mundo para isto.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Resposta a uma pergunta


Incontornável

Peço desculpa aos meus leitores por manipular à má fila as datas, já que faço este post em 20 de Novembro, o dia em que me perguntaram se tinha estado neste bar em Pokhara, no Nepal. 


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Detox

Ainda nao cheguei a lisboa. Estou a meio caminho do que se possa chamar civilizacao. Quinze dias depois da desconstrucao daquilo a que posso chamar conforto, bens de primeira necessidade e bem estar.

Tive frio, senti cansaco, duvidei da possibilidade de aguentar o dia seguinte. Fiquei euforica pela possibilidade de um balde de agua quente para tomar banho. Achei nojentinho um buraco na areia para servir de WC e preferi o relento e as testemunhas ocasionais.

A cancao da montanha: lessam piriri ou la como cantava o Tula, nosso guia, e seu ajudantes: Sonam, Ram e Aitu. A confusao dos ginger tea, lemon, nepali, blac, milik tea, mint...
Sete quedas num dia, resmunguice e reconhecimento da fraqueza. Humildade que permitiu aceitar ajuda.

O nascer do sol na montanha, os enjoos no Annapurna Base Camp. A subida aos 4300 metros de altitude por casmurrice e consequente arrependimento pela camada de nervos na descida desajeitada. Sou a ausencia de intinto montanhes.

Andei de caiaque.
O bolo de chocolate feito em campismo selvagem pela equipa do Sam no mesmo dia do arroz de galinha acabada de matar a nossa frente.

Venci alguma coisa. Vejo que ainda me falta muito.

O nosso grupo de 11 onde consegui ser a unica a saber o que sao unhas de gel. Logo eu.

O meu livro de apontamentos esta vazio, gosto mais do blog, a quente.
Aproveito para estcrever nesta lentidao de internet que me permite demorar a acaeder a minha vida real e comecar o stress. Pouco, pois deixei essa vida real em boas maos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Katmandu

Tao diferente, tao diferente

Que vi vacas na rua a andar no passeio no meio das pessoas e no primeiro segundo pensei: mas que grand anois gigante.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

VOU




Ainda me lembro de ser miúda e viajar era ir e pronto.
Agora temos as depilações, os cabelos, as unhas e todo o respectivo material de apoio e manutenção que temos que acomodar algures nos 20kg de bagagem permitidos a menos que queiramos uma escandaleira em redor do nosso necessaire em pleno raioX. 

Tenho medo de ter frio
Tenho medo de ficar doente
Tenho medo da comida
Sei que estou a exagerar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Coisas estupidas que me acontecem IV

Entre milhares de coisas inúteis que nunca uso existem duas embalagens parecidas no meu necessaire: a água termal (Evian) e a água no mar (Iyomer) para o nariz quando entupido.

Já adivinharam? claro, Iyomer nas fuças. Com frequência.
O contrário só não acontece porque o borrifador da Evian não me cabe nas narinas.

sábado, 4 de outubro de 2008

Vizintrometido

Tenho um vizinho que é amigo de um amigo de uma amiga minha. Demasiado excitadinho para o meu gosto, hoje encontrou-me a caminho do meu jogging:

- olá! Vais correr? Eu também gosto, podíamos combinar...
- eu corro sozinha, prefiro.

- eu não te ia incomodar, ficava calado para não perder o fôlego e...
- a sério, mesmo que encontre um desconhecido mudo de direcção.

- no outro dia vi-te de bicicleta, gostas de andar? eu sei uns caminhos giríssimos para passeios, podíamos...
- olha, tudo o que me vires a fazer sozinha é por gosto, não por falta de companhia. Agora vou andando, adeus.

- tens visto o...
- vais calar-te ou deixo-te a falar sozinho e desato a correr?

- ahaha (riso forçado) És antipática.
- só nos meus dias bons.

E para castigo, ligo os fones e um engraçadinho qualquer consegue a proeza de me fazer ouvir a buzina do carro. O senão de levar a música alta nos ouvidos é que, quando oiço alguma coisa vinda do exterior, terá potência suficiente para me fazer saltar de susto. Claramente mais hilariante do ponto de vista do utilizador.

Bifinhos

É o que me ocorre chamar aos putos do campeonato mundial de surf (júnior). 

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Velhos de molho

A piscina onde pratico natação livre tem oito pistas. Eu estou sempre o mais longe possível dos outros ou, caso seja a única, na pista dois. De vez em quando há um velho que vai à mesma hora e entra sempre ao meu lado, pista três. Já mencionei que há OITO? Ora, se ainda fosse só ter que aguentar a visão do velhadas de tanga esgaçada, mas não. A criatura perfuma-se antes de entrar na piscina de modo que a fragrância adocicada OLD MAN flutua directa ao meu nariz. Como se não bastasse, o monte de pele flácida apenas chapinha e flutua em vez de nadar. 
Eu já tentei o olhar 31, mas os óculinhos que tenho que usar não facilitam. Vai de nadar mariposa e agitar aquela piscina que até sai água para fora. Não resulta.
Pior, hoje levou uma amiga que se coloca na pista um. Entenda-se que fiquei cercada por duas baleias séniores que aproveitavam para conversar em cada uma das extremidades da piscina.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

CSI Miami

Estou preocupada com o Horacio. De certeza que ele tem um torcicolo e aquilo é grave porque dura há muitos episódios. É cervical, só pode.

Amizades de mercearia

Um dos meus problemas quando vim morar sozinha para fora da vizinhança habitual que me conhece pelo nome foi então e agora onde é que eu vou comprar fruta? Tive que começar do zero, experimentei várias mercearias e decidi-me pela mais perto de casa. Dois anos depois e já me guardavam os figos ou diziam essas uvas hoje não menina, volte cá amanhã, então como estava lá no Brasil, tenho saudades de Punta Cana, este ano vou à República Domingana.
Entretanto mudei-me e aqueles meus amigos já não me ficavam à mãe de semear, mudei de amigos. Um dia fui apanhada pelos amigos antigos com sacos dos novos amigos na mão, fizeram-me aquele olhar e soube que a relação tinha terminado ali.
Entretanto decidi que gosto mesmo é de ir à praça porque é mais barato e também já tenho lá os meus amigos que me arrumam as compras de maneira a me caber tudo na mochila e não se esborracharem as ameixas debaixo do ananás. Mas tenho que ser fiel ali. Mesmo que me apeteça muito os morangos da banca do lado, não posso. 

Só me falta cortar o cordão umbilical na farmácia. Ainda vou a Almada de propósito. Talvez porque aqui ao pé um imbecil me perguntou aos berros: O QUE É ISSO NUVARING? E não gostei de ter de gritar UM ANEL VAGINAL.

domingo, 14 de setembro de 2008

É o ciclo.

Primeiro deixas de poder estar sempre. Não estão habituados, amuam. Nó na garganta cada vez que dizes um não. É o início da formação da carapaça.
Depois habituam-se e começam a esquecer-se de te chamar e de te dar importância. Ligas, impões-te, fazes renascer a necessidade da tua presença. Partes as carapaças à martelada.
E começa de novo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Aos senhores que pensam nas embalagens de detergentes

Nomeadamente os que maquinam nas cabecinhas as embalagens de detergentes da roupa e particularmente os do Skip, porque é esse que eu uso:

sigam o exemplo do Comfort e da Neoblanc, pelo menos, e façam umas tampinhas que sirvam também de doseador e permitam àquele restinho meloso de produto, que não temos pachorra de esperar que escorra para dentro da máquina, voltar para dentro da embalagem. Sem ficar a pingar para o chão/prateleira ou secar e transformar-se uma bedunguice nojentinha em volta da tampa. Mais importante do que irão poupar em economia de material que fará bem ao ambiente e ao vosso departamento financeiro, pensem em mim que perco a bolinha doseadora ainda dentro do supermercado. Pode ser?

 

domingo, 31 de agosto de 2008

Vende-se caca.

Há uma feira de antiguidades na Costa de Caparica.
A cidade começou por ser local de veraneio de famílias lisboetas, as primeiras casas eram apenas de verão ou de fim de semana. Entretanto passou a periferia da já periférica Almada, humilde vila piscatórica e, hoje em dia, alcança a maturidade sendo o abrigo favorito de um povo emigrante cuja única riqueza que traz na bagagem é um tipo muito característico de animação: os brasileiros.
Alguém consegue imaginar o tipo de antiguidades que este contexto produz? 
Roupa desbotada e comida pela traça; livros de informática tão desactualizados como o manual de utilização do ZX Spectrum; bijuteria foleira em segunda mão; azulejos, meu amigos, azulejos rachados, alguns soltos tipo peças únicas, outros unidos tipo puzzle; tupperwares usados; posters e calendários velhos do Benfica e não deu para ver mais porque estava intransitável de tanta gente.
Todos os domingueiros acorreram às bancas e chafurdavam no meio da camada de poeira branca que saía, grosso modo, das boquinhas dos cães e gatos de loiça também à venda. Uma espécie de efeito especial bem realista para dar aquele ar rústico à cena.
O que parece é que morreram várias tias de pessoas ao mesmo tempo e toda a família está a tentar vender a porcaria que elas tinham em  casa. É melhor que um aterro sanitário e pior do que uma "garage sale".

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Peço desculpa pelo óbvio deste post


E não é que a carinha mais laroca dos Jogos vale mesmo ouro?
cutxi cutxi

Adenda em 22/08
Nunca tinha visto ninguém dançar ao ritmo do Hino Nacional. 
Foi mais um suave balanço, mas estava lá que eu vi.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A todas as pessoas a quem perguntei isto

As provas de Ginástica Rítmica decorrem nos últimos quatro dias dos Jogos: 21, 22, 23 e 24. Os últimos dois dias são Finais. 
Não sei o horário porque vi esta informação num site brasileiro e a minha cabeça explode se tentar calcular através de todos os fusos horários em questão.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Orgulho nacional

Ninguém sente mais uma perda numa competição do que o atleta que se sacrificou, entregou o corpo e a alma e trabalhou todos os dias para lá dos seus limites .
São anos de privações, sonhos, ambições e planos que se desfazem em minutos. 
Os campeões dos jogos olímpicos são a realeza do desporto em termos de reconhecimento. 
Numa notável contribuição para a estupidez nacional muita gente se revolta e indigna com os nossos atletas olímpicos quando não cumprem aquilo que muita gente se achou no direito de esperar deles.
Eu só tenho uma pergunta a fazer: onde estão aqueles que são os únicos neste país a poderem viver mais do que confortáveis do rendimento do desporto que praticam? Ah, não foram apurados.

domingo, 10 de agosto de 2008

Paparrra

Eu também gosto e concordo que fica no ouvido, mas não deixa de ser irónico o "Rap da Armas" ser a música de fundo das festas glamour e fashion das tiazocas da nossa praça (pelo menos). Elas pelam-se por abanar os corpinhos malhados e lipoaspirados ao som da música da favela.
E estas festas são óptimas, mais animadas de cada vez que visitam o WC. Pagam pela animação ao mesmo tempo que financiam o tráfico, a compra de armas e a criminalidade de que tanto se queixam quando visitam a Cidade Maravilhosa de onde vem o beat que as faz vibrar.
clac BUM!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Como é que alguém chama "Muler" duas vezes (era para termos a certeza) ao Mulder dos Ficheiros Secretos numa peça de telejornal?
Com tanta gente boa no desemprego, a TVI continua a dar emprego a estas antas. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ser mulher

E conduzir um carro é mais ou menos isto:
não dar passagem a ninguém em nenhum cruzamento passando devagar sem sequer virar a cabeça; não parar nas passadeiras porque ops estava distraída; demorar horas para sair da bomba de gasolina nem que esteja uma fila de duzentos kilómetros atrás de nós; passear a casa toda no porta bagagens; fazer colecção de garrafas de água e migalhas de bolacha no interior do carro; ter crises de choradeiras fenomenais e continuar a conduzir.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

odeio Agosto

segunda-feira, 28 de julho de 2008

De Gritos

Os homens portugueses queixam-se que nós somos "muito fechadas".
Após mais ou menos 15 anos de análise e experiência concluo que, a ser verdade, muito eles contribuem para tal. Tenho alguma autoridade na comparação com outros povos porque uma vez por outra dou uns passeios por esse mundo fora.
Vou só dar dois exemplos comparativos que ocorrem quando, nem que seja por uns singelos segundos, nos atrevemos a pôr o pézinho na rua.

Há dez anos:

em Itália com as amigas:
- ti amo!
- bellissima!
reacção: risinhos, alguns acenos e boa disposição geral.

chegadas a Lisboa, logo no aeroporto:
- mesmo boas!
- (o muito em voga na altura) Eh carapau!
reacção: vontade geral de vomitar e algumas tentativas de entrar no vôo seguinte para Itália.

Na semana passada:

passeando no Porto, sai uma cabeça de um carro que acaba de me fazer uma tangente:
- oh boua!
reacção: notinha mental para comprar uma metralhadora e rebentar-lhe os miolos.

passeando em São Paulo, um motoboy bastante afastado:
- gataaa!
reacção: sorriso aberto ao rapazola que seguiu sua vidinha fazendo adeus.

Concluo que os homens portugueses não têm jeito nenhum para abordar desconhecidas na rua e disfarçam a insegurança com agressividade. É que a simpatia custa muito mais a sair e assim não saem de orgulho ferido. Quando em grupos as criaturas competem na estupidez e chegam a ser ofensivos.
Vamos lá sair das cavernas, meus senhores.

domingo, 20 de julho de 2008

Híbridos

- A senhora, o que vai beber?
debaixo do cabelo comprido e das mamas 38 aparece a carantonha de barba e bigode:
- Água!


segunda-feira, 14 de julho de 2008

Suburbano tem perna curta

Deve ter sido o que pensaram os carolas que enfiaram os banquinhos no combóio que faz a ligação Lisboa-Margem Sul pela Ponte 25 de Abril. Tendo os conjuntos de quatro a lotação completa e os seus ocupantes, excluindo-se crianças, anões e eventualmente alguns asiáticos, têm de combinar entre olhares confusos (ou não) quem vai de pernas juntas e de pernas abertas assim encaixadinhos pois esta é a única forma de dois seres humanos caberem frente a frente.
Ora, meus amigos, até os cacilheiros têm um pitch mais confortável, qual foi a ideia? Que a malta do subúrbio vai encolhendo ao longo de gerações ou que gostamos de roçar os joelhos em desconhecidos?

sexta-feira, 11 de julho de 2008

o telefone da velha passa o dia a tocar

Ou está surda, ou está morta ou tem mais o que fazer do que atender o telefone que toca sem parar o dia todo.
Mas alguém liga a uma velha às onze da noite? Se for algum apaixonado e que me esteja a ler por favor volte à moda antiga e escreva umas cartinhas perfumadas ou adopte outra merda qualquer mais silenciosa.
Até já imaginei o telefone numa camilha, ultimo grito da piroseira da moda antiga que parece que também é retro, em cima do naperon amarelado. E a velha, caída, dentro de uns collants cinzentos, a entrar em decomposição.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

too loud

Adormecer a ver algum dos canais FOX é coisa que a pessoa não consegue. Durante os intervalos o som aumenta de tal maneira que um urso a hibernar ia poder jurar que tinha começado a primavera e todos os pássaros adquirido um sistema stereo surround para as cordas vocais.
Tudo bem que posso agradecer a isso o facto de o meu sofá ter muito menos baba do que quando não tinha tv cabo, uma vez que não consigo adormecer durante mais do que uns 30 minutos de cada vez. Mas não era proibido? 
Ah, sim, tal como utilizar crianças em anúncios comerciais e passar publicidade no cinema com as luzes apagadas. Já me esquecia.

terça-feira, 1 de julho de 2008

"O mundo inteiro está grávido"

A frase é de uma inspirada amiga.
Três delas estão grávidas e só nos últimos dois anos nasceram o Tiago, o Rodrigo, a Bia, o Isaac, a Maria, o Vicente para só falar nos que me são próximos.
Já ouve quem mudasse de casa, de profissão, de cidade, de país, de namorado, de visual, de personalidade (não, de sexo acho que ninguém mudou) mas nunca uma fase da vida mexeu tanto connosco. 
Não sei se é um sentimento egoísta de não estar habituada a partilhá-las com ninguém e agora vou ter de o fazer com toda uma multidão pessoas carecas e dependentes. 
O que tem de bom é que já sei tudo sobre mamas que crescem desmesuradamente; as posições sexuais mais adequadas quando se tem uma barriga de seis meses; mamas tipo bisnagas de leite tal é a força do esguicho e todo o tipo de situações bem mais gráficas que nem eu nem vocês vão querer que especifique. 
Esta turma não ia ter conversas normais, tipo sobre estrias. 

terça-feira, 17 de junho de 2008

My Girls

Podem vir todas as nuvens.
Faço parte de uma constelação.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

sobre as meias azul bebé da selecção holandesa

Qual é a erva que nos torna daltónicos?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Domingueiros aos rubro.


Eu não sabia, mas vim morar, de verão, com todas as pessoas que vêm, sabe-se lá de onde tamanho é o farnel que trazem às costas, para a praia. Estas pessoas também se recusam a pagar o parque de estacionamento e preferem participar na longa romaria pedestre até esses dois metros de areia ao longo de um quilómetro junto ao mar a que chamam praia. Tenho, por isso, que partilhar o meu espaço com toda esta gente pobre (mas que ainda consegue sustentar um carro) que se amontoa aos feriados e domingos à porta da minha casa.
Chegam cedinho para conseguir os lugares à sombra. Eu acordo, não com habitual som dos passarinhos, mas com o bater das portas dos senhores banhistas que ainda discutem quase dentro da minha varanda quem é que leva o chapéu de sol e quem leva a geleira com o farnel. Mais as criancinhas a arrastar o balde e as pás. Ou os bebés nos carrinhos com uma fralda tapar do sol e a contribuir para o efeito de estufa dentro da refrescante maxicosi de veludo.
Os casais de velhotes que já mal se arrastam para andar mas ainda carregam às costas as cadeiras de lona, o que na verdade é uma boa ideia porque duvido que haja espaço para toda a gente estar na horizontal. 
Os casais de namorados em que ele vem passear a pranchinha de surf e ela finge que ainda acha o máximo, mas aqueles calções coçados e enfiados na gaveta já denunciam o enfado inevitável.
Se calhar vou deixar de ser snob e passo a vender salgadinhos aqui mesmo à porta.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Como assim o "Sexo e a Cidade" não estreou no Fórum Almada?!
Deverá isto significar que não querem um bando de mulheres histéricas a correr desenfreadas pelos corredores dessa grande ode ao consumismo? 
Será que vou ter que sair da toca para ir ao cinema? 
Vou reflectir bastante sobre isso, hoje ainda.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

bloqueadores de conversa


Por algum motivo que me ultrapassa a maioria das pessoas gosta de iniciar uma conversa comigo falando de viagens. Ok, na verdade o motivo é óbvio, tudo bem.
Mas as pessoas não contam as coisas giras das viagens, coisas que tenham aprendido, visitado, curiosidades, comidas boas, etc. Não, dão largas a um rol interminável de queixas: os problemas que tiveram com a bagagem perdida, os vómitos que a turbulência lhes deu e os séculos que demoraram a levar-lhe o maldito copo de água. Eu, impossibilidade de lhes resolver o problema, até porque viajo muito, mas ainda não faço regressos ao passado e numa demonstração máxima da minha simpatia habitual, dou-lhes o tratamento: "talk to the hand". 
Fui a uma festa e alguém iniciou uma conversa comigo dessa mesma maneira: "estás no longo curso? Eu faço imensas viagens, acho que nunca te apanhei". Se eu já sou uma pessoa fácil e acessível, claro que adivinham a resposta: "Sério?! bem, que estranho, somos só DOIS MIL!"

Agora aqui vão umas dicas: 
* é bom fazer perguntas que demonstrem interesse pelo que a outra pessoa faz, mas esperem para ser essa mesma pessoa a abordar o assunto;
* não, não temos viagens grátis muito menos pelo resto da vida;
* não, não ficamos semanas de férias  ao mesmo tempo e no mesmo hotel que os passageiros, isso é nas companhias charter;
* não sei de cor os tempos de vôo para o mundo inteiro;
* não tenho puta de ideia sobre os preços dos bilhetes em nenhuma companhia aérea;
* nunca tive nenhum acidente, nem histórias giras para contar porque as únicas coisas giras que os passageiros fazem a bordo é: vomitar, dar puns e disseminar o cheiro a chulé. Diz que algumas passageiras também aproveitam para se começarem a prostituir em altitude, mas isso é sem o meu conhecimento.

'Tá esclarecido? 

quinta-feira, 15 de maio de 2008

É por isso que está preso.

O cão, chamado Smart, foi denunciado ao canil.
Não tem culpa de ter sido abandonado para dormir ao relento, à chuva, frio e ao vento, mas é ele que é perseguido.
É a coisa mais meiga e dócil, mas até para ser cão é preciso ter sorte.

analizando o post anterior

Ele tem imagem, link e até um asterístico. 
Não sei se o considere rico, excessivo ou chato de tanto trabalho que dá a ler.


Despertares




Ora portanto.
Estou na minha caminha a começar a adormecer e começo a ouvir uns latidos e uivos mesmo aqui ao pé. Viro-me para o outro lado até porque não é todos os dias que tenho o prazer de dormir nesta caminha tão fofa e feita por mim, nos meus lençóis com o cheirinho do meu detergente, etc.
Mesmo concentrada em todos estes pequenos prazeres, os uivos da criatura entram-se-me pelos tímpanos dentro. E a história repete-se já há duas noites. Na primeira foi uma boa surpresa porque estava afinal só há 36 horas sem dormir e assim pude acumular mais umas quantas.
Por algum motivo que me ultrapassa prenderam um cão abandonado* numa espécie de terreno pertencente a pessoa incógnita mesmo em baixo da minha casa. E a criatura, contente que ficou, está num despautério todo o dia. Já não bastava acordar com a outra a berrar pelo BAAAAAAAAAtman, agora isto.
E na minha cama começo a planear que no dia seguinte vou comprar uma pressão de ar e encher o rabo do cão de chumbo, assim como a tromba de quem lá o trancou. Acordo, vejo o ar infeliz da criatura e perco a coragem.
E foi assim que hoje acordei a mistura explosiva do cão a chorar, a vizinha a berrar e... a campainha a tocar. Insistentemente às 9:30 da manhã.
Não foi meu ar desgrenhado que assustou o senhor. Mas sim a expressão assassina e o grito O QUE É?! de olhos esbugalhados. 
- Peço desculpa minha senhora, mas... _diz ele recuando dois passos.
- Sabe que horas são?! Qual é a urgência?! _ avançando três passos e de mão na cintura.
- É um questionário que...
- Olhe... desapareça, SAIA JÁ DA MINHA FRENTE, esqueça que esta campainha existe e LIVRE-SE de me deixar alguma merda de questionário na caixa de correio!

E foi assim que comecei o meu dia muito mais leve.

*o Smart foi abandonado pelo dono do bar "PÉ NU" que, ao ser confrontado com o assunto, responde: se ele não volta é porque não quer. 
Apareceu aqui magro e triste e foi adoptado pelas vizinhas que se compadeceram dele. Foram feitas inúmeras tentativas de o devolver, mas é sempre repelido pelo dono. O senhor está muito mais entretido com a Pitt Bull que entretanto adquiriu. 
O Smart tem andado sempre à solta na rua, mas imagino que agora esteja preso porque gosta de correr atrás dos ciclistas e esses não acham assim tanta graça.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

saber cair

Tenho um novo desporto giro: fazer btt e, nas descidas vertiginosas dos montinhos de areia destes matagais aqui perto de casa, matar mosquitos com a testa. 
Entretanto caí, mas já não com aquele espalhafato de joelhos esfolados, dedos torcidos, boca no chão. Caí com elegância.
Assim nos faz a experiência: não é que deixemos de cair, mas aprendemos a não nos magoar tanto. 
É o que me parece, pelo menos para já.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Estou a pensar em mudar de ramo de actividade

Assim foram os padrões inovadores que criei hoje na minha roupa após uma eficiente centrifugação na máquina de lavar.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

a prazo

Existe todo um departamento na minha empresa encarregue de planear as nossas vidinhas. Na maravilhosa era das tecnologias esse departamento tem ao seu dispôr um programa informático que faz o trabalho por eles. Ou seja, não são realmente seres humanos que decidem se este mês eu vou ver mais ou menos os meus amigos e familiares com profissões convencionais de dias livres ao fim de semana ou se, pelo contrário, tenho os fins de semana para a ramboiada mas nada de consultas médicas nem idas ao banco no mês corrente. O factor humano serve em teoria para garantir um conceito vago e distante que creio chamar-se equidade mas estas pessoas só têm 31 dias ou apenas uns escassos 30, nos meses mais difíceis, para fazer o trabalho e parece que é muito extenuante atender a todas as cunhas, pedidos, exigências, chantagens, simples antipatias ou conveniências e mesmo assim conseguir que a coisa seja equilibrada para todos.
E todos os meses, ao dia 15, começamos nós frenéticos na internet a ver se já saíram as nossas vidas... ou planeamentos, ou escalas como lhe queiram chamar. Claro que nunca sai a dia 15. Isso seria muita antecedência para podermos confirmar presença no casamento de que somos madrinhas (ou padrinhos) ou comprar bilhetes para aquele concerto que adorávamos ir. 
É por isto que este é o departamento mais odiado.
E ainda porque no dia em que sai o famigerado planeamento odiamo-los ainda mais. O concerto já esgotou, a criança já tem outra madrinha ou deram-te a folga para o teu aniversário, mas no dia seguinte entras às 3h da manhã.
No fundo, ao dia 15 já estamos sem nada para nos queixarmos e precisamos das escalas. É a emoção que nos falta.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Hoje foi o dia em que um estranho me ofereceu uma rosa vermelha.
Apesar da minha cara trombuda quando me disse: Boa Tarde.

sábado, 5 de abril de 2008

Put a crim.

Chego a casa de madrugada e debato-me com a importante, senão mesmo essencial, questão de que creme de cara usar? Vou dormir e por isso uso o creme de noite ou é de manhã (na verdade é de madrugada e está noite cerrada, só para apimentar ainda mais este debate) e uso o creme de dia? Uma grande dificuldade que me leva até a ponderar não lavar a cara de todo.
Esta é uma luta recente desde que entrei na perfumaria e a mulher olhou para mim como se fosse alguma sobrevivente do Sahara, assim era o aspecto da minha cara. Aconselhou-me toda uma vasta gama de cremes - Oitenta e quatro euros estes dois frasquinhos?? e máscaras - Esqueça, não tenho paciência! e também devia fazer umas limpezas de pele de vez em quando - também não tenho paciência! 
Para piorar a situação, e quando desgraçada já olhava para fora da loja à procura da minha nave, decide dar-me umas amostras de outros cremes que ela diz que também tenho que usar por uma ordem qualquer que eu esqueci na hora, apesar de a ter feito repetir umas três vezes. Estive quase para escrever, mas entretanto vi que a minha colecção de cremes tinha uma linda caixa lilás que dizia "não sei quê das primeiras rugas" como se isso fosse uma coisa gira ou até amorosa. 
Oitenta e quatro euros, uma trabalheira para lavar a cara e uma caixinha lilás para me dizerem que começou o declínio.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Cumplicidade

Ter tapete de entrada de casa igual sem ter combinado.

terça-feira, 25 de março de 2008

Traje Oficial do Gringo no Brasil

Eles: t-shirt larga e comprida o suficiente para deixar de fora o que resta de uma tanga de lycra esgaçada. Não é toda a tanga que aparece. Apenas a parte em que o pénis flácido e descaído não se conseguiu esconder e badala alegremente ao ritmo da caminhada. Eles não notam porque a barriga é tão grande que não os deixa ver e as mulheres também não lhes dizem porque estão demasiado ocupadas a entalar suas abundantes formas europeias nos vestidinhos justos e minúsculos de croché, ou túnicas bordadas numa versão mais moderna e actual. E andam nesta figura para todo o lado, praia, piscina, restaurante do hotel, o que seja. 
Esqueçam lá a meia branca na sandália. 

terça-feira, 18 de março de 2008

letargia e cocó

a minha vida resume-se a isto nestes dias.

sexta-feira, 14 de março de 2008

eu vou, eu vou

Ao Rio
E do que tenho mais saudades?
Disto:


 Além das pessoas, do cheiro, da festa.

terça-feira, 11 de março de 2008

"haha, está aqui a chover torrencialmente, mas não me interessa porque daqui a 8 horas estou a levar com trinta graus cima do lombo. he he morram de inveja, etc."
Chego hoje, oito graus  e tudo bem, que já aqueci um bocadinho a alma, mas o meu telemóvel ainda sente 28º. Qual é a parte da tecnologia que me está a falhar? Talvez o frio seja mesmo psicológico e o meu telemóvel escolheu ficar no verão.

sexta-feira, 7 de março de 2008

"cada cavadela sua minhoca"
É o título de um mail que recebi do sindicato do qual nem sou sócia. 
Preciso explicar porquê? Vou ler o comunicado?
Não.

segunda-feira, 3 de março de 2008

domingo, 2 de março de 2008

Os acentos!

Eu admito, sou obcecada com acentos e tenho vontade de gritar quando os vejo, coitadinhos, a acentuar ao contrário. Ainda agora saí de um blogue a correr porque tinha um "á". 
Para meu horror, há dias foi no terminal de multibanco de uma bomba de gasolina da BP, um agonizante "ás" qualquer coisa.
Estão a tentar suprimir o `. Não permitirei. Sempre que posso esgatafunho nas listas de restaurantes ou faço aquele sorriso ignóbil e corrijo a quem de direito.

sábado, 1 de março de 2008

Sobre a guerra

Entre Ministério da Educação e professores tenho a dizer que:

- aquele casaquinho de cabedal que o secretário geral da fenfrof leva para todo o lado não se aguenta. E devo dizer de um reparo destes, só por vir da minha pessoa, é grave. E porquê? Porque sou do género que sai de casa com uma meia de cada cor ou a camisola ao contrário, isto nos dias bons. Sr. Mário Nogueira, vamos lá pelo menos a despir o casaquinho nem que seja nos estúdios de TV.

- as sobrancelhas da sra Ministra da Educação: muito out, além de que combinam com os lábios fininhos para dar um certo ar de mesquinhez. E nem vou falar sobre que tipo de pessoa fica lisonjeada com elogios do Valentim Loureiro. É que a senhora foi presenteada com um berloque horrendo que vinha dentro de uma caixa. Ao receber a dita caixa da mão de Valentim, esta fechou-se-lhe nos dedinhos sapudos e Maria de Lurdes nem um pio.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

duas coisas:

1 - *Momix: ontem fui ver e adorei. Se puderem aproveitem. 
Para o (meu) pessoal da ginástica também serve de antevisão ao próximo esquema da Rítmica do ginásio clube do sul. Só que a imitação delas será mais reles, versão cú gordo a transbordar para fora dos limites do maillot.

2 - Batido de kiwi: não bebam, é nojento. Na verdade soou-me mal, mas como tenho a mania de provar tudo o que é esquisito... WRONG!

*Casino de Lisboa, Auditório dos Oceanos, até 16 de Março, 30 euros. Agora que vi o preço acho um exagero, eu fui à borliú.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

É oficial

Perdi o raio dos talheres.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

NHAM

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Só mais esta:

O lavatório.
Era uma vez uma linda casa de banho privada, feita à minha medida. O mais simples possível e com um lindo lavatório de linhas direitas e de pousar em cima da pedra, para não dar azo a grandes trabalheiras. 
No quinto dia de Dezembro encomendei esta peça, tão orgulhosa da minha escolha que até estava disposta a esperar três semanas por ela. Dia 10 de Janeiro soube que o lavatório escolhido tinha deixado de existir. "Foi descontinuado". 
Esperneei q.b., resgatei o sinal e fui encomendar noutra loja um outro lavatório do mesmo género. "Duas semanas", disseram-me. Na construção civil tudo demora, pelo menos, duas semanas se é que não temos imprevistos pelo meio como o Natal, a passagem de ano, Carnaval ou chuvas torrenciais. Estávamos a 16 de Janeiro. 
Hoje, dia 21 de Fevereiro, o lavatório ainda não chegou, aliás, veio um na semana passada mas chegou partido ao armazém. Está esgotado.
Por ironia, a WC está mesmo a minha cara: com um buraco ao centro onde falta a peça principal; à torneira da banheira falta uma peça qualquer e por isso não funciona e o chão tem uma mixórdia que borra os pés todos de quem lá entrar. Muito giro e tal, mas funcionar que é bom, nicles.

P.s: Para quem estiver a ponderar que andei este tempo todo sem banhinho, desenganem-se. Tenho outra, a Candy Shop, que funciona. 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

De todas as coisas significativas que perdi durante a mudança o que mais me está a intrigar são os talheres.
Como é que eu fui perder os talheres? 
Pode ser que ainda apareçam no meio dos livros, cds, produtos de casa de banho ou toalhas que são as únicas coisas que me falta arrumar. Aí deixa de ser intrigante para ser perturbador. Como é que a minha mente retorcida foi arranjar lógica para juntar talheres e gel de banho?
Vamos esperar pra ver.

Procuram-se Batman e Mickey

Todos os dias acordo num cenário tranquilo e idílico, campestre, em que se ouvem os passarinhos. Era isto mesmo que eu queria e sonhava e tudo correria bem se não fossem uns berros diários sempre por volta desta hora logo a seguir ao turbilhão do camião do lixo. Vou tentar recriar os quinze minutos de ruído matinal:

(o camião) bruáááá, braaaam, bruAAAAAAAm, BRUAAAAAAAM, STRAPAM PUM.

Alguns instantes depois:
-BAAAAAAAATMAN!!!!!
-MIIIIIIIIIIICKEY!!
Os gatos da minha vizinha. 
Eu acho que ela só os deixa andar à solta para ter motivos para berrar a manhã toda. É que, vamos lá ver, são gatos e só vêm quando e SE lhes apetecer. Eu vejo-os da janela, sempre do lado oposto onde ela anda à procura, tranquilos a esfregarem-se nas ervas ou a apanhar banhos de sol.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ao meu lado mora uma velhinha já dos seus 70 anos.
Todos os dias a esta hora sai um outro velhinho da casa dela que acho que também é meu vizinho de cima. Não falha, parece um ritual. Sempre à mesma hora.
Pensar em cenas ilícitas entre velhinhos tem o seu quê de hilariante. 

Pessoas com cães

Acham gracinha a que eles roam algo insignificante como uma caixa de cartão e espalhem os pedaços desfeitos e ainda cheios de baba canina pela casa fora. Sorriem num misto de orgulho e pieguice total quando acordam de manhã com a respiração deles na cara, senão já com duas patas em cima dos lençóis lavados largando pelo e baba mais uma vez. Isto acontece ao cão menos baboso e mais escovado, nem vale a pena argumentar.
Programam a vida toda consoante os xixis da criatura. O momento alto do dia dos donos dos cães é durante o passeio quando os gajos lá fazem o favor de cagar.
E chamam-lhes o melhor amigo só porque têm uma festa pegada de saltos, olhos arregalados e brilhantes, língua de fora e outra vez mais saltos sempre que entram em casa nem que tenham saído só por dois segundos. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ora bem, pessoas:

Resolvi recomeçar a escrever no dia em que tomei o primeiro banho de água quente nesta casa. Na verdade isso foi ontem, mas eu já não ligo a preciosismos. Não depois do vidraceiro esquizofrénico me ter levado duas semanas a colocar dois vidros e um espelho, que eram pra ser dois, mas ele partiu o maior apenas ao tirá-lo da carrinha. Não depois de ter entrado na minha casa e ter dado de caras com o brasileiro ajudante do esquizofrénico encostadíssimo às minhas paredes brancas imaculadas. É que o vidraceiro, não tendo mais ninguém, pediu ajuda a este senhor, que é barbeiro. Não depois de ter dito ao dito senhor que não podia ficar assim com o duche porque as duas portas não só não eram coincidentes como estavam tão tortas, mas tão tortas que a minha casa de banho parecia um quadro surrealista ou saída de um pesadelo qualquer. E ele, tremendo e gordo, a suar, leva as mãos à cabeça e exclama: isto é demais, vou-me embora. Estava lá há 5 minutos.
Tudo isto foram peanuts perto do problema de fuga total de gás criada por alguém irresponsável que me fez ter que desmontar a cozinha toda.
E agora encerro este capítulo porque já não há pachorra. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Tenho andado tão irritada, que não me apetece escrever.
Depois conto-vos tudo: o vidraceiro esquizofrénico e seu filho ex-presidiário; as tomadas e interruptores em vias de extinção; as limpezas obcessivo-compulsivas da minha mãe sempre na véspera de mais lixo a ser feito; a saga da cozinha... e espero que não muito mais.
 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Adoro fazer algumas coisas de homem

Trocar de pneus, não.
Hoje fui a um armazém buscar os materiais que me faltavam porque estou demasiado irrequieta* para esperar que mos tragam. Fiz logo amizade com o senhor responsável que até fez questão de me levar numa visita guiada pelo - ainda em montagem -  showroom onde têm vários ambientes em exposição. Foi uma animação: toda a gente dentro daquele armazém estava disponível para me ir buscar as coisas e arrumar no meu muito feminino e por isso atafulhado de inutilidades porta bagagens. Se bem que achei um bocadinho de exagero cinco pessoas para quatro caixas de azulejos. 
Bem falta me fizeram já deste lado, de volta à realidade, quando tive que alancar com todas do carro pra fora, elevador acima e casa adentro.

*eufemismo para absolutamente histérica e incapaz de estar parada por mais de dez minutos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Family Overdose

Onde foste hoje à tarde?
Vais e voltas, ou ficas lá?
Jantas? Almoças?
Tens tudo preparado pra amanhã?
A que horas vais?
E amanhã, chegas a que horas?
Os azulejos já chegaram?
E quando vem o frigorífico?
E a pedra?
Vens tarde?

Três dias disto e já só rosno.
E quando cada um pergunta o mesmo só que em alturas separadas? 
Sim, claro que além de tudo tenho um problema com perguntas. 

Ah, contextualizando: as obras ainda não acabaram e estou de estadia em casa dos meus pais.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Primeiro post a partir da casa nova

tive o prazer de conseguir que algo corresse bem e tal como planeei: já tenho net.
tudo o resto: uma selva.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Este banho quente que preparo tem de me saber a:
beijinhos de mimo e de força para continuar;
ombro que me consola;
abraço protector.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Mas qual é a graça?!

Ok. Eu admito que deve ser hilariante ver-me saltar com o susto porque vou de música aos berros para não ouvir as bocas e as buzinas normais de carros ligeiros. Mas assim tenho dificuldade em usar os meus momentos de corrida para descontracção já que tenho vontade de entrar em sprint atrás do camião TIR e do camionista que buzinou: UUUÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!!! para lhe espetar os dedos nos olhos até lhos arrancar e obrigá-lo a comê-los em seguida, enquanto lhe também lhe arranco as unhas com um alicate (ou outra puta de ferramenta qualquer que seja indicada para o efeito) e emito gargalhadas que, de tão estridentes, lhe furam os tímpanos.

Vamos lá meus senhores, contribuam para a minha serenidade se não querem despertar a pessoa agressiva que há em mim.
"este puxador está torto"
"torto?!" - afastando-se e torcendo o pescoço para ver na perspectiva em que está direito
"sim, dois milímetros"
"pois, mas quando eu o meti tava direito". 

Prevê-se um grande futuro já que os objectos inanimados da minha casa têm vida própria mesmo quando aparafusados. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Imaginem a cena:

Eu
sozinha no Ikea
com pressa

Fui lá só com intenção de comprar o móvel do forno que me faltou na cozinha por motivos de baralhação própria da minha inexperiente pessoa que agora não vem ao caso. Comecei a pensar e decidi encomendar logo também a mobília de quarto em vez de entrar na odisseia de pedir a uma amiga, que pedisse a um amigo uma carrinha e pedir ao meu pai para conduzir. Não.
E lá vou eu toda decidida à secção respectiva fazer a encomenda muito rápida até porque já tinha escolhido tudo pela net "e assim até aproveito o desconto de quarta-feira" penso eu toda contente. 

1ª surpresa: afinal não tinha tudo tão bem pensado: faltava escolher o estrado da cama.

2ª supresa: tinha que ir buscar toda a tralha que estava a escolher ao self service.

3ª surpresa: depois de, trinfante, conseguir carregar sozinha dez caixas enormes e pesadonas descubro ao chegar à caixa que, as primeiras caixonas de todas, logo as que estavam em baixo, estavam erradas. Engoli o orgulho e pedi ajuda a um colaborador mega simpático. Descarrega tudo, repõe as correctas e volta a carregar.

4ª supresa: não era quarta-feira. Era terça e não houve desconto pra ninguém.

5ª surpresa: comprei QUATRO estrados para a cama em vez de dois. Após uma hora à espera de marcar entrega, mais trinta minutos para fazer a devolução dos estrados.

Valeu pelo que suei porque continuando a engolir orgulho desta maneira qualquer dia já rebolo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Estou na dúvida

Em classificar de desleixo, distracção, esquecimento, falta de hábito, esquizofrenia ou simples estupidez o facto de me ter esquecido do meu casaco favorito estendido no terraço e sujeito sei lá que tipo de intempéries porque não me lembro sequer de quando é que o lavei. O certo é que ele ficou desfigurado e tão teso, mas tão teso que estou a pensar usá-lo como estátua na minha casa nova.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

coisas estupidas que me acontecem III

Ficar fechada fora de casa de cesto da roupa na mão e apenas de leggings, botas e mini-shirt. Ter que ir ao café nesta figura e vencer o orgulho telefonando aos pais a pedir ajuda quando AINDA ONTEM critiquei a minha mãe porque se esquece sempre da chave de casa.

Despertinas

Alguém me quer explicar o que é isto de acordar às 4h da matina com um desejo incontrolável de ver móveis na internet?
Tudo bem que participei no nascimento da minha cozinha, apesar dos vários: "ai, isto faz-me doer os dedos" quando apontava (expressão muito profissional que aprendi e se refere a, antes de usar a chave,  encaixar à mão) os parafusos. Mas isto já começa a ser ridículo.

sábado, 5 de janeiro de 2008

2008


Que fique registado como o primeiro ano em que ofereci uma prenda ao meu pai que ele realmente gostou.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Lembram-se daquele post com uma conversa ao telefone?
Cá vai mais uma pérola que, só por si, justifica o facto de eu ainda lhe atender o telefone:

- "Ainda te lembras de mim?"
- "Lembro, claro. Está tudo bem?" - Porque é Natal e ano Novo e não queria ser má logo nestes dias.

- "Sabes... tipo... eu nunca me esqueci de ti."
- "Bem, estou impressionada, já passaram quê... três meses desde que falámos ao telefone?!" - Costumo usar a ironia como o primeiro sinal de aviso.

- "ya... e tipo, eu... tipo, conheço muita gente e lembro-me sempre de ti. Daquela nossa dança."
- "olha, eu estou tipo a despachar-me pra ir trabalhar, tenho que desligar, fica bem, bom ano." 

-"se me deixasses falar mais um bocadinho sei que ias gostar bué de mim. Eu sou bué fixe."
- "experimenta doses mais pequenas de pretensão."

-"quê?"
-"nada, fui." 
*tuuuuuu....*

E perguntam vocês: mas como assim dás o teu número a um negão com quem dançaste uma única vez?
Porque sou parva. 

Até piava fininho

Fosse eu rica e tinha-me enfiado à bruta pela traseira adentro do filho da puta que se me atravessou à frente hoje na estrada.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Balanços e outros desequilíbrios

Já se sabe que este é tempo de alguma ponderação, planos e alguns desejos que pedimos ao ano novo na esperança de nos dar menos trabalho do que se tivéssemos que lutar de verdade.
Tive um óptimo ano, cheio de sensações novas. A minha reserva de magia e sonhos felizes está bem recheada e vou poder lá ir buscar forças muitas vezes. Quero e vou corrigir alguns erros, o que estiver ao meu alcance, não para que fique "limpa", mas para dar lugar a novos ciclos.

Não gosto da obrigação que temos de nos divertir na passagem de ano, lido mal com essa pressão e todos os meus planos para essa altura costumam sair frustrados. E, como detesto falhar, prefiro não fazer planos nenhuns. Além disso, adoro ser do contra, então nesta passagem de ano comi uvas (que é a tradição em Espanha, por acaso) mas não sei se comi as doze, comi as que me apeteceu. Não vesti a cuequinha azul, dei-me ao trabalho de ir comprar umas, mas com estrelinhas douradas. E, para ser ainda mais do contra, diverti-me. E muito.
Até posso dizer, sem nenhuma pretensão, que suscitei uma paixoneta. Mesmo tendo-o escorraçado e enchotado mil vezes de perto de mim, o gajo não me largava: um chiuaua chamado "xiró" (branco em japonês ou chinês que, por estranho que vos pareça, não se soletrar) que levei o tempo todo a baptizar: "micha"; "muchi muchi"; etc. "Histérico" também foi usado, mas não fui eu que baptizei.
Acho que a melhor frase da noite foi: "tenho uma amiga que meteu uma banda drástica no estômago para emagrecer". Não vou dizer a autora, seria desnecessário.

acerca da menina